Entidades do setor agropecuário se reuniram nesta segunda-feira (28/08), na Expointer 2023, para manifestar a sua inconformidade com o calendário da semeadura 2023/24, que estabelece o período de 100 dias, entre 1º de outubro e 8 de janeiro, para o cultivo da oleaginosa no Rio Grande do Sul. No ano passado, no ciclo 2022/23, a janela de plantio ocorreu entre 15 de outubro e 28 de fevereiro, totalizando 140 dias.
Como o Rio Grande do Sul tem enfrentado sucessivas estiagens, foi o calendário mais extenso que permitiu ao produtor fazer o cultivo de soja nas últimas safras.
O período avaliado como ideal seria de 130 dias, entre 1º de outubro e 7 de fevereiro.
A partir das análises dos participantes do encontro, realizado no auditório do espaço do governo do Rio Grande do Sul, será produzido um documento, assinado pelas entidades envolvidas, para ser enviado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). “A partir do posicionamento, vamos encaminhar a manifestação, alertando que o prazo de cem dias é estreito para o plantio”, destacou o secretário estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Giovani Feltes.
“Se não houver a adequação, haverá redução na área cultivada do milho”, alertou o 1º vice-presidente da Farsul, Elmar Konrad. A estimativa é de que haveria uma redução de cerca de 300 mil hectares com o cultivo do grão, essencial para a cadeia da proteína animal. A medida, alertaram representantes do setor, também pode impactar na produção da soja safrinha, na geração de emprego, renda e na arrecadação do estado.
De acordo com o diretor do Departamento de Defesa Vegetal da Seapi, Ricardo Felicetti, o Ministério está ciente das dificuldades e vem dialogando em busca de solução.