Emater estima que perda no milho em Três de Maio chega a 30%

A combinação de tempo seco, chuvas irregulares e temperaturas altas em período crucial para etapas como a floração e o enchimento de grãos das espigas já causam perdas de 30% nas lavouras de milho em Três de Maio. A estimativa foi divulgada pelo chefe da Emater no município, Leonardo Rustick, em entrevista à Rádio Colonial nesta quarta-feira (03/01). Esse prejuízo é consolidado, ou seja, mesmo que volte a chover nos próximos dias a situação é irreversível. Até o momento foram colhidos somente 15% da área destinada ao cereal no município.

Segundo Rustick, muitos produtores estão repensando se vale a pena insistir na cultura tendo em vista que pelo terceiro ciclo seguido, a condição climática frustra a produção de milho no município.  Mais uma vez a distribuição de chuvas acontece de maneira irregular, fazendo com que em um curto raio de distância se tenham condições de lavoura completamente diferentes. 

- Esperávamos colher 7,8 mil quilos por hectare, mas estamos obtendo por enquanto, 5.4 mil quilos por hectare - lamenta.

Outra preocupação é em relação à qualidade do grão colhido. As lavouras de milho já vêm com produtividade menor por causa dos ciclos anteriores. O impacto disso se repetirá mais à frente, com menor oferta para a indústria. O milho é o principal componente da ração animal e a sua falta no mercado tem reflexos no preço do frango e do leite, por exemplo.  

O acompanhamento meteorológico da Secretaria Estadual da Agricultura, feito pelo Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), indica que a chuva está abaixo dos níveis esperados nos três últimos meses do ano, confirmando a persistência do La Niña. O fenômeno climático de resfriamento das águas do Oceano Pacífico tem efeito mundial e está diretamente relacionado a episódios de secas e de inundações em diversas regiões.  

O técnico disse que, como a previsão dos institutos de meteorologia é que as chuvas devem seguir em volume insuficiente nas próximas semanas, as perdas no milho, assim, tem a aumentar.

Segundo Rustick, para acionar o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) os produtores devem se cerificar que a produção das suas lavouras não irá cobrir os custos de produção,