Representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais estiveram reunidos na manhã desta sexta-feira (06/11) com o prefeito em exercício de Três de Maio, Ivo Novotny (MDB), que reassumiu o Executivo ontem em razão da segunda etapa das férias do titular Altair Copatti, para tratar de medidas para auxiliar os agricultores atingidos pela estiagem. A última chuva consistente registrada no Estado foi em 20 de outubro.
Segundo a presidente da entidade, Anísia Trevisan, o prefeito em exercício deverá decretar situação de emergência na próxima semana por conta dos prejuízos econômicos causados nas lavouras de milho, na produção leiteira e demais atividades rurais. Os agricultores vão ajudar a Defesa Civil a fazer o levantamento dos danos já consolidados.
Conforme ela, os produtores de leite também querem a autorização ambiental para permitir que o gado tenha acesso a rios e córregos para beber água. Já em relação ao milho, está praticamente comprometido, os agricultores querem a elaboração dos peritos responsáveis dos laudo técnicos do Seguro Agrícola para destinar aquilo que ainda é aproveitável das plantas para a alimentação dos rebanhos.
Anísia disse que o sindicato também em busca de feno em outras regiões do estado e do país para abastecer as propriedades locais.
O plantio de soja também já está sendo atingido. Segundo a Emater local, apenas dois por cento da área estimada de 20,2 mil hectares foi semeada até o momento, quando o normal será em torno de 60% se levado em consideração a média dos últimos anos.
Estael Sias, meteorologista da MetSul, ressalta que a estiagem está apenas no início e que a falta de umidade no solo começou mais cedo em 2020. No ano passado, como outubro foi mais chuvoso, neste período a terra estava preparada para a semeadura.
- Neste ano a chuva reduziu ainda em outubro, sem umidade especialmente para fazer o plantio. E os prognósticos não indicam chuva suficiente nas próximas semanas para reverter esse quadro - avisa Estael.
O produtor que conseguir aproveitar as precipitações esparsas na semana que vem ainda terá que lidar com o déficit hídrico logo adiante, com impactos no desenvolvimento da soja e do milho.
Na próxima segunda-feira o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, se reúne com a Regional da Fetag em Santa Rosa para debater a situação.