Como forma de evitar a disseminação da ferrugem asiática e os impactos sobre a produtividade das lavouras de soja do Rio Grande do Sul, a Secretaria Estadual da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seapdr) vai elaborar uma instrução normativa (IN) com definição de um calendário de semeadura e do vazio sanitário, período em que fica proibido o plantio da oleaginosa. As informações são do jornal Correio do Povo.
As regras devem valer a partir da safra 2020/2021. Sugestões de datas foram colhidas junto a entidades e órgãos de pesquisa na semana passada, em reunião da Câmara Setorial da Soja e servirão de subsídio para a construção de uma minuta que será reapresentada durante a Expointer.
A Instrução deve ser publicada ainda neste semestre.
Existe a sugestão de que o período de plantio da soja no Estado comece em primeiro de outubro, ficando proibida a semeadura precoce a partir de 15 de setembro.
A janela de plantio se estenderia até 20 de janeiro, para contemplar a região Noroeste, que faz “safrinha de soja” após o cultivo do milho.
Hoje, o zoneamento agrícola permite plantar a oleaginosa somente até o final de dezembro para que o produtor tenha acesso aos mecanismos de gestão de risco.
Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja/RS), Luis Fernando Fucks, é preciso cautela ao estender até 20 de janeiro a janeça de plantio, já que o cultivo nessa época se torna arriscado fora dos pivôs de irrigação, exige maior uso de agrotóxicos para conter doenças e pragas, tem histórico de baixa produtividade e atende a uma área pequena. A safrinha de soja no Estado contempla cerca de 100 mil hectares, muito pouco perto dos 5,7 milhões de hectares cultivados.
Em relação ao vazio sanitário, que ajuda a reduzir a sobrevivência do fungo causador da ferrugem asiática durante a entressafra, houve proposta para que o período ficasse entre 15 de julho e 30 de setembro.
A instrução normativa também deve proibir o plantio de duas safras de soja por ano no Estado.
Para o diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri, o respeito as datas e ao zoneamento são passos fundamentais para a viabilização econômica da soja. Como é o último estado a plantar a cada ano, o Rio Grande do Sul acaba recebendo toda a carga de doenças e pragas dos lugares que plantaram antes.