Aumentar a renda com a produção de trigo e utilizar a canola para controlar doenças na lavoura foram alguns dos assuntos abordados no Dia de Campo Culturas de Inverno, realizado na sexta-feira, 28, na Área Experimental da Setrem. O evento reuniu cerca de 200 pessoas entre produtores, profissionais e estudantes.
Conforme o pesquisador da Embrapa Trigo, João Leonardo Pires, além de altas produtividades na cultura do trigo, também é importante o produtor buscar rentabilidade. “No meu ponto de vista, a gente tem alguns caminhos para isso, como o ajuste de manejos, aplicando o melhor conjunto de práticas para a melhor genética a ser utilizada na região, com bom acompanhamento técnico e também organizar o modelo de negócio”.
Já na cultura da canola, um diferencial neste Dia de Campo, a área cultivada na região tem aumentado nos últimos anos. Segundo a Emater-RS/Ascar, somente este ano, em Três de Maio, foram plantados cerca de 300 hectares. A produtividade média está em 35 sacas por hectare. Em Santo Cristo, o produtor e acadêmico do curso de Agronomia da Setrem, Juliano Backes plantou neste ano cerca de 70 hectares e optou pela cultivar para a rotação de culturas. “Hoje a canola representa maior rentabilidade. Além disso traz inúmeros benefícios, principalmente na rotação de culturas, acabando com o ciclo de pragas e, consequentemente, no inverno seguinte melhorando nossas cultivares de trigo ou outra gramínea que vamos implantar”, comenta.
O coordenador do curso de Agronomia da Setrem, Marcos Caraffa, explica que no sistema de rotação de culturas, a canola facilita o controle de pragas, doenças e ervas daninhas, pois ela não apresenta nenhuma doença presente na cultura do trigo. “Se eu trabalhar com canola numa safra e no ano seguinte entrar com trigo, vamos ter essa área praticamente limpa de doenças. Como consequência, haverá menos uso de fungicidas”, esclarece.
Além da influência no controle de pragas, Caraffa acrescenta que a canola gera uma rentabilidade interessante ao produtor durante o inverno. “Ela também dilui os custos fixos, ou seja, ao fazer uma lavoura de canola, empatando a renda, a receita com as despesas, vou estar ganhando a diluição do custo fixo que teria que ser depositado na safra de verão, no milho ou na soja”, completa Caraffa.
O Dia de Campo Culturas de Inverno foi promovido pela Setrem, por meio dos cursos Técnico em Agropecuária e Bacharelado em Agronomia, em parceria com Cotrimaio, Sicredi, Emater/RS-Ascar, Sindicato Rural e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Três de Maio e São José do Inhacorá. Também contou com o apoio da Embrapa Trigo, OR Sementes, Biotrigo, Coodetec, Limagrain, Fundação Pró-Sementes, AL High Tech, Advanta e Atlântica.