Após uma sequência de safras com queda na área plantada, a produção de trigo vive um momento de boa expectativa no Rio Grande do Sul. Um conjunto de fatores, que incluiu a elevação da taxa de câmbio, a crise da Argentina e a quebra na safra do Paraná, maior produtor do Brasil, podem garantir ao cereal gaúcho liquidez maior do que nos últimos ciclos.
O retorno da política de retenções para o trigo, anunciado no início da semana passada pelo presidente Mauricio Macri, vai sobrecarregar em quatro pesos cada dólar oriundo das exportações na Argentina. A retirada do imposto era uma promessa de campanha de Macri, mas foi suspensa em meio a um conjunto de medidas de ajustes fiscal do governo daquele país para conter a crise econômica. No Brasil, a importação do trigo argentino, que os moinhos alegam ter mais qualidade para a panificação, será impactada também pelo câmbio.
A safra do Paraná, por sua vez, deve ficar em 2,9 milhões de toneladas, frente às 3m1 milhões estimadas no início da semeadura. O motivo é a falta de chuvas.
Caso a expectativa de uma boa safra gaúcha se confirme, o aproveitamento deste trigo pela indústria deverá aumentar neste ano. Hoje, mais de 50% do trigo utilizado para panificação é argentino, considerado de maior qualidade, enquanto que o trigo gaúcho é destinado principalmente para fabricação de biscoitos e massa. O Rio Grande do Sul importa, por ano, até 400 mil toneladas de trigo. A torcida, agora, é para que o clima continue ajudando. As informações são do jornal Correio do Povo.