Produtores, técnicos, cooperativas, empresas ligadas ao setor agrícola e autoridades se reuniram para conhecer os dados oficiais da colheita da soja no país e no estado. Segundo dados da Conab foram colhidas nesta safra em todo o país 113,03 milhões de toneladas de soja, um crescimento de 18,04% em relação a safra passada. No Rio Grande do Sul foram 18 milhões de toneladas, uma safra maior do que a anterior que teve 16 milhões de toneladas, mas financeiramente rendeu menos, do que esta. O presidente da Emater, Clair Kuh, explica essa deficiência financeira: “No ano passado, o preço da soja na comercialização da safra 2015/2016 deu uma rentabilidade bruta no final de 20,2 bilhões de reais. Agora nesta safra ela ficou em torno de 17,7 bilhões. O agricultor investiu, fez tudo certo, o clima ajudou muito mas o preço final não atendeu a expectativa. Mas não restam dúvidas que é uma das grandes commodity do Rio Grande do Sul e do Brasil.”
No evento ficou claro que esta produtividade só foi possível por uma soma de fatores, mas especialmente pelo capricho dos produtores. Mauricio de Bortoli, apresentou em uma palestra como conquistar alto rendimento em soja. Na propriedade dele, em Cruz Alta, ele colhe cerca de 30% a mais do que média estadual , que é de 54 sacas por hectare. Pelos resultados alcançados foi vencedor na categoria produtor rural do concurso personagem Soja Brasil. “Você tem que adotar tecnologias que tenham valor e não preço. Não adianta comprar o que tem um valor econômico que você não vai ter retorno em termos de produtividade. Então a gente está sempre muito atento a esses investimentos, fazemos testes em áreas menores e a tecnologia que apresenta bons resultados é aplicada como ferramenta de sucesso nas áreas maiores.”, explica Maurício.
O professor e pesquisador doutor Carlos Alberto Forcelini, que também palestrou no evento, reforça a necessidade de investimentos e a busca por conhecimento. Segundo ele cada ano tem novidades e nem sempre elas são boas: “Então eventos como este, que a gente vem fazer a avaliação de como foi a safra eles são ponto de partida para a próxima safra. Sem avaliação do que deu certo ou errado fica difícil fazer um planejamento pro ano seguinte.”
O encerramento nacional da colheita da soja contou com a presença do secretário estadual da Agricultura Ernani Polo que destacou a importância deste momento. “ É hora de celebrar o resultado final de uma safra feita pelo esforço dos agricultores, personagens principais, e também das cooperativas , assistência técnica e indústrias. O agro é o setor que mais sofre transformações e estas transformações são traduzidas em excelente produtividade.”, lembra o secretário.
Para a Fenasoja, satisfação por cumprir seu papel no agronegócio. “Nos preocupamos em trazer informações e sermos o ela de ligação entre a tecnologia e o nosso produtor. É a Fenasoja promovendo o desenvolvimento regional.”, destaca o presidente da 22ª Fenasoja Alexandre Maronez.
Santa Rosa não só é o berço nacional da soja como também é uma das últimas regiões a colher no país, por isso agora existe um lei que instituiu o dia municipal do Encerramento Oficial da Colheita da Soja no Brasil. Todos os anos o evento será realizado aqui.