Depois de dois anos sem crescimento na produção de leite no Rio Grande do Sul, as indústrias gaúchas esperam aumento na captação em 2017. A estimativa do presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Derivados (Sindilat), Alexandre Guerra, é de um crescimento de 3% sobre uma base de 13 milhões de litros por dia. O movimento, explica o dirigente da entidade, deve-se à retomada na rentabilidade da atividade ao produtor. As informações são do Jornal do Comércio.
Segundo dados do Conseleite, o preço de referência para abril era de R$ 1,0411, cenário que ainda reproduz o impacto da entressafra, quando a menor quantidade de leite produzida pelas vacas geralmente eleva o patamar dos valores praticados. "Os preços, nestes primeiros quatro meses, estão acima dos valores pagos nos últimos anos, e ainda se registrou queda nos custos de produção puxada pela redução dos insumos", salienta. De acordo com Guerra, os laticínios operam com capacidade ociosa média de 35% neste momento.
Segundo dados do índice de Custo de Produção de Leite (ICPLeite), divulgado pela Embrapa Gado de Leite, o custo de produção teve queda de 4,72% em abril, quarto mês de deflação nos insumos do setor. A redução foi puxada pela redução de 10,13% no valor do concentrado.
Dos oito critérios analisados pela Embrapa para compor o indexador (mão de obra, produção e compra de volumoso, concentrado, sal mineral, sanidade, qualidade do leite, reprodução e energia e combustível), cinco apresentaram diminuição do valor base. Com isso, o acumulado do primeiro trimestre indica deflação dos custos de produção de 6,46% no ICPLeite.