Ouça agora

ENCONTRO COM OS SERRANOS

com ENCONTRO COM OS SERRANOS

Economia

Governo Lula já criou ou subiu impostos mais de 20 vezes

Governo Lula já criou ou subiu impostos mais de 20 vezes
Marcelo Camargo/Agência Brasil
  • 01/06/2025 - 21:34

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, no fim de maio, um novo pacote fiscal que inclui o congelamento de R$ 31,3 bilhões no orçamento e o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Com esse novo aumento, o governo Lula já soma 24 anúncios de criação ou elevação de tributos desde 1º de janeiro de 2023, mostra levantamento feito pelo jornal Gazeta do Povo.

Conforme a reportagem, a média de criação de impostos chega a uma medida fiscal a cada 37 dias. Parte das propostas de Lula e de seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda depende do Congresso. Apesar disso, a maioria já está em vigor e contribuiu para que a carga tributária brasileira alcançasse o maior nível da história.

Os anúncios são alvos de críticas da oposição e renderam até um apelido a Haddad, batizado de “Taxad” nas redes sociais.

Confira os impostos anunciados desde o início do governo Lula
1. Reversão de alíquotas de PIS/Cofins sobre receitas financeiras – Em vigor desde 2 de janeiro de 2023, revogou decreto de 2022 e elevou os percentuais cobrados de grandes empresas.
2. Volta de PIS, Cofins e Cide sobre gasolina e etanol – Suspensas desde março de 2022, as alíquotas voltaram a incidir gradualmente a partir de março de 2023.
3. Imposto temporário sobre exportação de petróleo – Com alíquota de 9,2%, em vigor entre março e junho de 2023.
4. ICMS fora do cálculo de créditos de PIS/Cofins – Desde maio de 2023, reduziu os créditos tributários das empresas.
5. Taxação de apostas eletrônicas (bets) – Criada pela MP 1.182 e sancionada em dezembro de 2023. Alíquota ficou em 12% para empresas e 15% sobre prêmios.
6. Imposto sobre importações de e-commerce – Inicialmente atingiu todas as compras até US$ 50. Depois de críticas, criou-se a regra do programa Remessa Conforme, com isenção para empresas participantes.
7. Aumento do IPI sobre armas de fogo – A partir de janeiro de 2024, o imposto passou de 29,25% para 55% sobre armas, e de 13% para 25% sobre munições.
8. Aumento do imposto de importação de painéis solares – Em janeiro de 2024, a alíquota subiu de 6% para 10,8%, com cotas decrescentes até 2027.
9. Fim da isenção para importação de veículos elétricos – A tributação retornou de forma escalonada a partir de novembro de 2023. Caminhões já pagam 35%
desde julho de 2024.
10. IRPJ e CSLL sobre benefícios fiscais – Em janeiro de 2024, incentivos estaduais foram incluídos na base de cálculo federal.
11. Limite ao uso de Juros sobre Capital Próprio – Medida da Lei 14.789/2023 restringiu essa modalidade de distribuição de lucros.
12. “Come-cotas” em fundos exclusivos – A nova regra antecipa cobrança de IR em 15% ou 20%, conforme o prazo do fundo.
13. Tributação de rendimentos no exterior (offshores) – Estabeleceu imposto anual de 15%, ainda que os valores não retornem ao Brasil.
14. Volta de PIS e Cofins sobre diesel e biodiesel – A cobrança foi retomada em janeiro de 2024, com aumento de R$ 0,33 por litro.
15. Taxa para compras abaixo de US$ 50 – Desde agosto de 2024, essas remessas pagam alíquota de 20%, mais ICMS, com desconto de US$ 20 em itens de até US$ 3 mil.
16. Retorno do DPVAT (SPVAT), depois revogado – Criado em maio de 2024, foi extinto no fim do ano depois de negociação no Congresso.
17. Novo IVA estimado em 28% – Aprovado em 2025, com trava em 26,5%. A verificação ocorrerá em 2033.
18. Imposto Seletivo (“do pecado”) – Entra em vigor em 2027, incidindo sobre produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
19. Imposto sobre altas rendas e dividendos – Em debate no Congresso, prevê alíquota de até 10% para rendas mensais acima de R$ 50 mil.
20. Imposto mínimo de 15% sobre lucros de multinacionais – Lei sancionada em dezembro de 2024, válida para empresas com receita anual superior a 750 milhões de euros.
21. Imposto de importação sobre aço e ferro – Em maio de 2024, a alíquota subiu para 25% para volumes fora das cotas.
22. Reoneração da folha de pagamento – Em vigor desde 2024, será escalonada até 2028. Municípios pequenos tiveram redução da alíquota para 8%.
23. Fim do Perse – Encerrado em março de 2025.
24. Aumento do IOF – Parte do pacote fiscal mais recente, anunciado no fim de maio de 2025.

Além dessas medidas, o governo Lula estuda criar um imposto para taxar big techs como Meta, Alphabet, Microsoft, Apple, Amazon e Netflix.