Em mais um dia de nervosismo no mercado doméstico e internacional, o dólar encostou em R$ 5,60 e chegou ao maior valor em dois anos e meio.
O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (28/06) vendido a R$ 5,588, com alta de R$ 0,081 (+1,46%). A cotação chegou a operar em baixa nos primeiros minutos de negociação, mas disparou ainda na primeira hora de funcionamento do mercado. Na máxima do dia, por volta das 15h45, chegou a R$ 5,59.
A moeda americana está no maior valor desde 10 de janeiro de 2022, quando tinha fechado em R$ 5,67. A divisa subiu 6,47% apenas em junho e 15,15% no primeiro semestre. O euro comercial fechou em R$ 5,98 e aproxima-se dos R$ 6 pela primeira vez desde fevereiro de 2022.
Em entrevista à rádio O Tempo, presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o patamar de juros no Brasil "vai melhorar" quando ele indicar o próximo presidente do BC. Especialistas entendem que a afirmação trouxe novo receio ao mercado, pois Lula sugeriu uma interferência direta na autonomia do Banco Central, garantida pela Constituição, e, portanto, na capacidade da autoridade monetária, de combater a inflação.
Conforme Luan Aral, especialista em câmbio da Genial Investimentos, a fala como uma sinalização de que o novo presidente vai promover quedas forçadas na taxa básica de juros, a Selic.
Ainda no cenário doméstico, o BC divulgou um resultado negativo para as contas do setor público consolidado de maio, com o déficit primário subindo para R$ 63,9 bilhões.