O Hospital Vida e Saúde de Santa Rosa realizou nesta quinta-feira (30/01) a captação de órgãos de uma doadora, moradora de Três de Maio, vítima de um Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico. A partir do diagnóstico de morte encefálica da paciente que tinha 30 anos e mediante a autorização da família, foi possível realizar a captação de fígado e rins.
Desde o diagnóstico até o encerramento do processo, a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) prestou acompanhamento a família. A captação foi realizada por equipe encaminhada pela Central de Transplantes do Estado.
Com um trabalho de informação e sensibilização pela doação de órgãos, o Vida e Saúde fez três captações de órgãos em 2024. A partir da Comissão, o HVS busca realizar ações pontuais ao longo do ano para esclarecer como funciona a doação de órgãos e destacar a importância de demonstrar sua decisão em vida. “A doação de órgãos só é autorizada pela família do paciente, por isso, é tão importante que as famílias falem sobre o assunto e deixem claro qual sua decisão sobre o tema”, destaca a enfermeira coordenadora da CIHDOTT, Thanyze Kretschmer.
O Brasil possuiu o maior e mais seguro sistema de transplantes do mundo, sendo referência internacional. No país, após constatada a morte encefálica de um doador de órgãos e com a concordância da família, é feita uma série de exames para rastrear possíveis doenças antes da doação de órgãos.
É nesse momento que são testadas doenças como HIV, sífilis, toxoplasmose, doença de chagas e hepatites, entre outras. “É sempre feita avaliação do quadro clínico do doador e sem esses testes a doação não é possível”, explicou o coordenador da Central de Transplantes da Secretaria da Saúde (SES), Rogério Caruso. Ele também reforçou que o receptor do órgão tem monitoramento periódico das condições de saúde ao longo de toda a vida.
No Rio Grande do Sul, os exames são realizados por laboratórios dos próprios hospitais e, em alguns casos, por hospitais da capital que possuem Organizações de Procura de Órgãos (OPOs), como a Santa Casa de Misericórdia e o Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). “Quando uma equipe ou hospital se habilita para realizar transplantes, é realizada uma vistoria e exigida uma série de certificações e alvarás. Essa fiscalização é feita pela Central de Transplantes da SES”, comentou Caruso. O Estado não utiliza rede externa de laboratórios privados para a realização desses exames.
Segundo o Plano Estadual de Doação e Transplantes do Rio Grande do Sul, há 67 Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott) no Estado. São formadas por equipes multiprofissionais da área de saúde e têm a finalidade de organizar, dentro dos hospitais, as rotinas e protocolos que possibilitem o processo de doação de órgãos e tecidos para transplantes.
O Rio Grande do Sul também conta com sete OPOs, que estão sediadas em hospitais das macrorregiões Metropolitana, Serra, Vales e Norte. São seis OPOs que fazem a busca ativa de doadores e a notificação de morte encefálica, e uma OPO cirúrgica, composta por equipe de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, responsáveis pela captação e logística de transporte de órgãos.
Vinculada ao Departamento de Regulação Estadual (DRE) da SES, a Central Estadual de Transplantes organiza o funcionamento das estruturas especializadas para a procura e a doação de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano para transplante. Junto das equipes assistenciais dos hospitais, eles constituem a rede de procura e doação, responsável por assegurar a notificação de morte, a avaliação e o acompanhamento de doadores e de suas famílias, de acordo com as características da rede assistencial e em conformidade com as normas complementares do Sistema Nacional de Transplantes.