O setor agropecuário manifestou contrariedade a duas questões aplicadas na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizada nesse domingo (05/11). Lideranças disseram que o conteúdo era "ideologizado" e tinha "desinformação" contra os produtores rurais do país.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) quer que as perguntas sejam anuladas e vai articular a aprovação de um requerimento de convocação ao ministro da Educação, Camilo Santana, para explicar o assunto no Congresso Nacional. As informações são do site da Revista Globo Rural.
O enunciado de uma das questões do Enem dizia que o conhecimento local do Cerrado está cada vez mais "subordinado à lógica do agronegócio" e que os bens naturais e de uso comum no bioma, como terra, água e sementes, têm se tornado "propriedade privada".
O texto afirmava ainda que há fatores negativos nessa relação, como "a mecanização pesada, a 'pragatização' dos seres humanos e não humanos, a violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa".
A outra questão falou sobre a pressão pelas terras da Amazônia e vincula o aumento do desmatamento na região à expansão da atividade agropecuária. "É evidente que o crescimento do desmatamento tem a ver também com a expansão da soja, porém atribuir a ela o fator principal parece não totalmente correto", dizia o texto. "A lógica que gera o desmatamento está articulada pelo tripé grileiros, madeireiros e pecuaristas", completou.
A FPA aguarda um posicionamento urgente do governo federal sobre essas questões, disse em nota. Segundo a bancada, os textos são de "cunho ideológico e sem critério científico ou acadêmico".
Postado por Alexandre de Souza