Desde o início do ano até a primeira metade de setembro, os preços do trigo acumulam queda de 27% no Rio Grande do Sul, de acordo com levantamento do economista Elcio Bento, da consultoria Safras&Mercado. No Estado, as negociações da commodity estão travadas.
Entidades como Fecoagro-RS, Sistema Ocergs, Sistema Ocepar e Cooperativa Coamo solicitaram ao Ministério da Agricultura na semana passada a adoção de instrumentos de política agrícola para garantir preços mínimo no cereal. Segundo o presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Sistema Ocergs), Darci Hartmann, a principal preocupação é com o escoamento da produção.
O valor médio recebido pelos agricultores, atualmente, é de R$ 59,69 por saca de 60 quilos de trigo, enquanto os valores mínimos estabelecidos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2023 são de R$ 87,77/saca para o grão tipo 1 e de R$ 75,19/saca para o tipo 2.
De acordo com dados da Emater/RS-Ascar, a maior parte das lavouras de trigo gaúchas está nas chamadas fases reprodutivas, sendo 41% na etapa de floração e 34% na de enchimento de grãos. O restante está em desenvolvimento vegetativo (19%) e maturação (6%). A área cultivada no ciclo 2023 é estimada em 1,5 milhão de hectares, com uma expectativa de colheita de 3.021 quilos do cereal por hectare.
Além da queda no preço do trigo, já há registro de lavouras prejudicadas pelo excesso de chuva no Rio Grande do Sul. A Emater e entidades de agricultores vêm manifestando preocupação com acamamento de plantas e probabilidade de aumento da ocorrência de doenças fúngicas, especialmente nas espigas, o que compromete o desenvolvimento dos grãos e a venda para os moinhos para a produção de farinha.
Com informações do Correio do Povo e de GZH.