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Agricultura

Governo federal autoriza Conab a fazer compra pública de leite

Governo federal autoriza Conab a fazer compra pública de leite
Cadu Gomes/Vice-Presidência da República
  • 04/08/2023 - 21:26
  • Atualizado 04/08/2023 - 21:27

O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, organizou uma reunião do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, com representantes de entidades gaúchas do setor lácteo nesta sexta-feira (04/08). O encontro também contou com a participação do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta. As informações são da assessoria da Conab. Na ocasião, Alckmin ouviu relatos e recebeu demandas do setor, que vive uma grave crise potencializada pelo aumento dos custos de produção e das importações do Mercosul nos últimos anos.

Pretto informou que a Conab está autorizada a fazer compras governamentais de leite e derivados. Na próxima semana, deverá ser oficializado anúncio de medida emergencial para amenizar os efeitos da crise do leite no estado e no país. “A cadeia produtiva do leite está sendo olhada com muita atenção pelo governo do presidente Lula. A compra pública que faremos terá um impacto imediato no preço para os agricultores. Estamos dialogando com os ministros Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) sobre como será essa compra, qual é o montante e qual é o valor que a Conab vai destinar. Será uma medida emergencial para dar uma segurança aos agricultores, às cooperativas e ao setor de um modo geral”, explica o presidente da Conab.

A avaliação das entidades é que a importação de leite, especialmente da Argentina e do Uruguai, tem impactado negativamente na produção gaúcha e nacional. Entre as ações solicitadas a Alckmin, está a criação de medidas para valorização do leite produzido no Brasil, além de melhorar o acesso ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) vinculado ao crédito.Entre 2015 e 2021, segundo levantamento da Emater, 44 mil produtores de leite ligados à indústria abandonaram a atividade no RS.

De acordo com as entidades, isso contribui para a evasão rural e gera impactos econômicos negativos para os municípios.“Nós estamos numa quebradeira da agricultura. A gente sabe que se não mexer na importação do leite, os pequenos não sobreviverão nesse sistema”, salienta Plínio Simas, do Movimento dos Pequenos Agricultores. Ele relata ainda que, na região Norte do RS, havia 20 mil produtores de leite e, com a crise dos últimos anos, hoje há apenas 4 mil. “Muita gente está vendendo as vacas para o açougue”, comenta.

Também participaram da reunião representantes de outras organizações, como a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e Sistema Ocergs.

As informações são do Jornal do Comércio.