A apresentação da Esquadrilha da Fumaça terá a colaboração do tempo. O domingo (30/04), cuja previsão é de céu limpo em Três de Maio, vai possibilitar que os visitantes da Expofeira 2023 apreciem o balé dos sete aviões do Esquadrão de Demonstração Aérea, cuja base fica em Parassununga (SP), e completa quatro mil demonstrações em 70 anos de história neste final de semana.
O espetáculo aéreo é gratuito. Somente paga ingresso quem passar pelas bilheterias para entrar no Parque de Exposições Germano Dockhorn.
Como o movimento de veículos deve ser grande, as pessoas devem evitar filas e transtornos no deslocamento até o parque. A sugestão é chegar cedo ao local. O espetáculo aéreo está previsto para as 14h30min e tem duração estimada de 35 a 40 minutos.
O melhor ponto para a visualização das manobras das aeronaves é o terreno ao lado do parque, que é utilizado como estacionamento nas feiras, que fica de frente para a RS-342 e a Avenida Leonel Brizola.
Quem preferir deixar o carro em casa, poderá utilizar o transporte oferecido pela prefeitura. O roteiro de ônibus sai às 12h30min e vai ter como pontos de parada para embarque de passageiros os seguintes locais:
- Bairro Glória na Auto Elétrica Tresmaiense
- Descendo a Rua das Cerâmicas com parada no Mercado Hi
- Mercado Progresso
- Murão da Travessa Natal com a Cerâmica
- Parada de ônibus do Bairro Esperança
- Mercado Guaíra
- Bairro São Francisco, na Rua São Boa Ventura na parada do pontilhão
- Mercado Eliane
- Ginásio São Francisco
- Oficina MotorGirus.
Está será a terceira apresentação da Esquadrilha da Fumaça em Três de Maio. A primeira foi em 1993 promovida pela Rádio Colonial no Estádio Estrelão do Botafogo Esporte Clube e fez parte da programação daquela edição da Expofeira, realizada no Clube Buricá.
Histórico
A Esquadrilha da Fumaça originou-se pela iniciativa de jovens instrutores de voo da antiga Escola de Aeronáutica, sediada na cidade do Rio de Janeiro. Em suas horas de folga, os pilotos treinavam acrobacias em grupo, com o intuito de incentivar os Cadetes a confiarem em suas aptidões e na segurança das aeronaves utilizadas na instrução, motivando-os para a pilotagem militar.
Com as aeronaves North American T-6, eram executadas manobras de precisão como "Loopings" e "Tounneaux" com duas aeronaves. Posteriormente, após os comentários em terra, onde discutiam todos os detalhes, os aviadores passaram a voar com três aeronaves e, finalmente, com quatro.
Em 14 de maio de 1952, foi realizada a primeira demonstração oficial do grupo. Após algumas apresentações, percebeu-se a necessidade de proporcionar ao público uma melhor visualização das manobras executadas. Com isso, em 1953, acrescentou-se aos T-6 um tanque de óleo exclusivo para a produção de fumaça. Foi assim que os Cadetes e o público, carinhosamente, batizaram a equipe de "Esquadrilha da Fumaça".
Em 1955, a Esquadrilha passou a ter cinco aviões de uso exclusivo, com distintivo e pintura próprios. Assim, a Esquadrilha da Fumaça foi aumentando o número de manobras e se popularizando cada vez mais no Brasil e no exterior, até que em 1963 foi transformada em "Unidade Oficial de Demonstrações Acrobáticas da Força Aérea Brasileira", única no mundo a se apresentar com aviões convencionais, até 1969.
Naquele ano a Fumaça recebeu sete jatos Super Fouga Magister que, por suas limitações técnicas, operaram até 1972. Como não haviam abandonado o velho T-6, continuaram as apresentações até que, em 1976, após 1.272 demonstrações, o então Ministério da Aeronáutica resolveu não utilizar mais a aeronave.
Alguns anos mais tarde, já na Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga/SP, o seu Comandante incentivou a reativação da Fumaça. Após selecionar alguns instrutores, que passaram a treinar com os T-25 Universal que equipavam o Esquadrão de Instrução Aérea, colocou no ar o "Cometa Branco", o qual incorporou os procedimentos de segurança e a doutrina da antiga Fumaça.
A 10 de julho de 1980, aconteceu a primeira demonstração daquele grupo de instrutores, durante a cerimônia de entrega de Espadins aos Cadetes que, naquele ano, haviam ingressado na AFA. Após 55 demonstrações, os "Tangões" passaram a incorporar a famosa Fumaça e, em 21 de outubro de 1982, era criado o Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA).
Em 8 de dezembro de 1983, foram adquiridos os EMB-312 Tucano da EMBRAER, aeronave utilizada até março de 2013. Com o tempo, as aeronaves e as acrobacias mudaram. Embora com uma estrutura bastante diferenciada do início, a essência da Esquadrilha mantém preservado o espírito de arrojo e determinação do grupo, procurando resguardar, hoje, os princípios que lhe deram sustentação ao longo da sua existência.
Seguindo sempre os últimos avanços em sistemas aviônicos, em março de 2013, a Esquadrilha da Fumaça iniciou o processo de implantação operacional e logística das aeronaves A-29 Super Tucano. As cores da Bandeira do Brasil continuam a compor a pintura do novo avião, que ganhou tonalidades mais fortes e marcantes: a própria Bandeira Nacional é destacada na cauda do A-29, ressaltando o alto grau tecnológico da indústria brasileira e o excelente profissionalismo dos pilotos da Força Aérea, além de evocar o sentimento patriótico do público.