A Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Quinto Comando Aéreo Regional (V COMAR), em coordenação com a Marinha do Brasil e com o Corpo de Bombeiros do Estado do Rio Grande do Sul, encontrou na Lagoa dos Patos os destroços do caça F5E Tiger II da FAB, desaparecido há 40 anos. Foram localizadas diversas partes da aeronave, como os motores, trem de pouso, canhão, pilones, pedaços da fuselagem, fragmentos das asas, entre outros componentes.
De acordo com o Comandante do V COMAR, Major-Brigadeiro do Ar Marcelo Fornasiari Rivero, a missão, realizada de quarta-feira (07/09) sábado (10/09), contou com a participação da Marinha do Brasil, de militares da FAB e do Corpo de Bombeiros do RS. As buscas foram realizadas em um Navio Patrulha Benevente, sendo utilizadas, ainda, uma lancha da Marinha e uma lancha do Corpo de Bombeiros.
"Nessa operação conjunta foi possível recolher todos os destroços que foram mapeados, nos dando a certeza de pertencerem à aeronave desaparecida há 40 anos. Nossos agradecimentos à Marinha do Brasil, Corpo de Bombeiros do RS e ao velejador e piloto Cristian que participaram dessa operação", destacou o Oficial-General.
Em 28 de julho de 1982, o caça F-5E, de matrícula FAB 4831, pilotado pelo Tenente Aviador Edson Luiz Chiapetta Macedo desapareceu enquanto realizava um combate aéreo simulado contra outro F-5E, ambos lotados na Base Aérea de Canoas (BACO). Apesar das buscas, nunca qualquer vestígio do jato supersônico ou do piloto haviam sido encontrados. Anos depois do acidente, o piloto desaparecido foi promovido post mortem ao posto de Major, ou seja, uma promoção que visa a expressar o reconhecimento militar morto no cumprimento do dever ou em consequência disto.
De acordo com o Chefe da Assessoria de Segurança de Voo da BACO, Major Aviador Cyríaco Bernardino Duarte de Almeida Brandão Júnior, as buscas só ocorreram graças à ajuda do pescador, Josoé Ortiz, morador do município de Palmares do Sul, que viu suas redes de tainha se prenderem em algum objeto submerso nas proximidades do banco das desertas. Sabendo que pela região havia desaparecido um caça F-5, enviou as imagens de pequenas peças e a localização aproximada do local para o velejador e piloto civil Cristian Yanzer de Lima, que procurava por pistas do F-5 há cerca de cinco anos.
“Antes de iniciarmos a missão, fizemos briefings sobre os aspectos técnicos da aeronave F-5, sobre o local dos destroços, além da definição dos procedimentos de busca. Os destroços do FAB 4831 foram localizados a uma profundidade aproximada de 7,5 metros”, completou o Major Brandão.