Municípios do Rio Grande do Sul, incluindo Três de Maio, anunciaram nesta segunda-feira (26/04) que estão suspendendo a aplicação da segunda dose da vacina CoronaVac, do Instituto Butantan, por falta do imunizante.
Desde a terceira semana de março, a orientação do Ministério da Saúde é aplicar todos os imunizantes disponíveis para a primeira dose, sem guardar ampolas para garantir a aplicação da segunda.
No sábado (24/04), a Secretaria de Saúde de Três de Maio aplicou as últimas 120 unidades da Coronavac em idosos que haviam sido vacinados nos dias 22 e 24 de março. A Secretaria Municipal da Saúde aguarda agora a chegada de novo lote do Ministério da Saúde.
O intervalo entre a aplicação da primeira e segunda doses, recomendando inicialmente pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório farmacêutico chinês Sinovac, era de 28 dias. Especialistas garantem, no entanto, que não há risco de perda de efeito da primeira dose caso a segunda dose seja tomada além do prazo definido no cartão de vacinação.
O Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) confirma que tomar a segunda dose da vacina alguns dias após a data recomendada pela fabricante não compromete a imunização, e não há perdas dos efeitos da primeira dose. Os especialistas alertam que o corpo só fica protegido depois que recebe as duas doses.
- Do ponto de vista imunológico, se atrasar um pouco, não vai dar problema. Aquela imunidade ali começou a ser desencadeada pela primeira dose, e o que a gente faz com a segunda dose é completar o protocolo para garantir a eficácia que foi observada nos estudos - diz Giliane Trindade, virologista e professora da UFMG.