Horário sem programação!

Saúde

Homem submetido a nebulização com hidroxicloroquina morre no hospital de Alecrim

Homem submetido a nebulização com hidroxicloroquina morre no hospital de Alecrim
  • 05/04/2021 - 12:27

Lourenço Pereira, de 69 anos, morreu no Hospital Caridade de Alecrim, dois dias após ter feito quatro sessões de nebulização de hidroxicloroquina diluída. Segundo o portal Gaúcha ZH, o tratamento, considerado experimental por não constar nos protocolos do Ministério da Saúde contra a Covid-19, foi prescrito pelo médico Paulo Gilberto Dorneles. O caso aconteceu em março.

- O que pretendemos é buscar justiça para tudo o que ocorreu com o meu pai no período da internação, para que outras pessoas não passem por tratamentos experimentais. Não teríamos autorizado, sobretudo por sabermos que essa conduta médica não tem base legal - diz a filha Eliziane Pereira, de 32 anos.

Lourenço Pereira costumava ir de sua residência, na divisa da cidade de Alecrim, de bicicleta até a área central da cidade. No dia 19 de março, ele não conseguiu terminar o trajeto por sentir falta de ar. O idoso comunicou a situação à filha Eliziane, que mora em Porto Alegre. Ela chamou uma ambulância, que levou o homem ao hospital.

A hidroxicloroquina deve ser ingerida pela via oral, mas alguns médicos passaram a aplicar a técnica experimental em pacientes de Covid-19. Profissionais críticos da prescrição alertam para os riscos de a inalação do fármaco causar efeitos adversos, como taquicardia.

A família do paciente Lourenço Pereira diz não ter sido consultada sobre as nebulizações e afirma que não emitiu nenhuma autorização.

Eles fizeram uma denúncia ao Ministério Público requerendo a investigação do caso alegando que a medicação contribuiu para a piora do quadro de saúde de Pereira.

Ao GZH, Paulo Gilberto Dorneles garantiu que a morte de Lourenço não teve ligação com o uso de hidroxicloroquina e defendeu o uso do remédio como “tentativa” de salvar um paciente.

- Usamos uma dose ínfima, quase um placebo. Não alterou em nada o quadro. Usamos como tentativa enquanto aguardávamos leito de UTI. Eu com o paciente ruim, sem leito de UTI… Tu sabes o que é trabalhar no Interior, sem condições? Então, a gente usou, foi feita a tentativa, mas em dosagem ínfima porque a gente não tinha segurança da validade - declarou.

Fonte: Com informações do GZH