O plano do Banco do Brasil (BB) que prevê fechar 361 unidades no país representa mais um capítulo de uma tendência que ganhou fôlego ao longo da pandemia: a digitalização em setores diversos. No caso do sistema bancário, essa corrida também é impulsionada pelas fintechs — empresas de base tecnológica para serviços financeiros.
No grupo das 361 unidades que devem fechar as portas, há 112 agências, sete escritórios e 242 postos de atendimento (PAs). Anunciado nesta segunda-feira (11), o plano do BB também prevê, entre outras medidas, transformar 145 unidades de negócios em Lojas BB — operações sem guichês de caixa e com maior vocação para assessoria e relacionamento. A estimativa é de adesão de 5 mil funcionários a dois programas de demissão voluntária.
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— O plano significa que um gigante está se mexendo. Por ser um banco de economia mista (com capital público e privado), esse processo de redução de custos é mais lento. O que o Banco do Brasil está fazendo nada mais é do que se voltar ao ambiente tecnológico. A tendência de fechamento de agências bancárias vai se acelerar nos próximos anos — afirma o economista João Augusto Salles.
Na visão do especialista no setor financeiro, o plano faz parte de uma estratégia que mira em ganhos de competitividade. Ou seja, uma tentativa de evitar a perda de clientes para bancos privados e fintechs.
Em abril de 2020, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu, em reunião ministerial, a venda do BB. Nas palavras do ministro à época, o governo "não consegue fazer nada" com o banco, que seria "um caso pronto de privatização". Na ocasião, o presidente Jair Bolsonaro pediu que o tema fosse discutido apenas em 2023.
Postado por Paulo Marques