A Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul realizou um levantamento com os prefeitos gaúchos que poderão concorrer a reeleição no próximo pleito, dia 15 de novembro. O estudo aponta que dos 497 gestores, 392 assumiram o cargo na última eleição, em 2016, e estão aptos a disputar o segundo mandato. No entanto, nem todos irão encarar às urnas. Foram 291 prefeitos que manifestaram interesse na reeleição, o que representa 74% dos gestores aptos.
Nos 17 municípios da Associação dos Municípios da Fronteira Noroeste, 13 prefeitos vão tentar a reeleição, isto sinifica que 76,4% dos atuais mandatários se candidataram.
Ainda assim, este é um dos maiores índices de busca pela reeleição para chefia do executivo municipal. Para se ter ideia, na última eleição, menos da metade dos prefeitos e prefeitas concorreram. Dos 222 candidatos, apenas 115 foram eleitos novamente.
Para o presidente da Famurs e prefeito de Taquari, Maneco Hassen, a escolha dos gestores em buscar um novo mandato representa coragem, além de demonstrar preocupação com os municípios e cidadãos, frente ao momento de crise causado pela pandemia de covid-19 e que deve se manter em 2021.
- A partir do ano que vem teremos os reflexos econômicos e sociais de uma crise como esta que estamos passando e que, infelizmente, irá se perpetuar por um tempo. Os prefeitos e prefeitas enfrentarão um aumento de demanda na prestação de serviços públicos, como saúde, vagas na educação e assistência social. São homens e mulheres corajosas, abnegados e preocupados com a sua cidade - ressalta.
O levantamento elaborado pela Federação também aponta que 101 gestores que poderiam tentar a reeleição optaram por não entrar na disputa. Os motivos para esta decisão são diversos, como articulação política, pressão administrativa ou até mesmo questões pessoais. De acordo com o presidente da Famurs, as principais razões são a dificuldade de se fazer gestão pública; o aumento frequente de responsabilidades e as limitações financeiras.
- Este número elevado de desistências nos surpreendeu, mas este número representa o aumento de responsabilidades dos municípios, que vem assumindo serviços com menor repercussão financeira e com menor aporte financeiro dos governos federal e estadual - justificou Maneco.
Além disso, o presidente da entidade ressaltou que a desistência dos prefeitos à reeleição também está relacionada a pressão cada vez maior do Tribunal de Contas e do Ministério Público, que interferem na gestão dos municípios, em situações que muitas vezes os gestores não tem culpa ou não realizam de maneira dolosa. O presidente da Famurs entende que muitos dos casos poderiam ser resolvidas com diálogos e orientações por parte dos órgãos de controle.
Do total de prefeitos e prefeitas, 206 já estão em seu segundo mandato consecutivo e não podem concorrer novamente.