Ouça agora

ALVORADA MUSICAL

com PAULO MARQUES - Jornalista Reg. Prof. MTE-16408

Saúde

Inca alerta sobre cuidados para prevenir o câncer colorretal

Inca alerta sobre cuidados para prevenir o câncer colorretal
Rovena Rosa / Agência Brasil
  • 17/03/2020 - 13:07
A campanha Março Azul Marinho, realizada anualmente, alerta a população sobre a importância da prevenção do câncer colorretal, tipo que abrange os tumores com início no intestino grosso, especificamente nas regiões chamadas de cólon, reto e ânus. O mês de março foi escolhido para as campanhas de prevenção do câncer colorretal porque o dia 27 é o Dia Nacional de Combate ao Câncer de Intestino.
O Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde, prevê para este ano no Brasil o aparecimento de 20.520 novos casos desse tipo de câncer em homens e 20.470 em mulheres. No país, é o segundo tipo da doença mais comum em homens e mulheres, com exceção do câncer de pele não melanoma. O primeiro tipo, nos homens, é o de próstata e, nas mulheres, o de mama. Em nível mundial, o cirurgião Marcus Valadão, do Inca, especialista em câncer colorretal, informou que esse tipo da doença é o terceiro com incidência alta em homens, depois dos de próstata e pulmão, e o segundo em mulheres, após o de mama.
Embora, em termos globais, a idade igual ou acima de 50 anos seja considerada um fator de risco, pesquisa recente feita nos Estados Unidos mostrou aumento da incidência do câncer colorretal em pessoas mais jovens nos últimos anos. Isso levou a Sociedade Americana de Câncer (American Cancer Society) a propor um rastreamento mais precoce do que se recomendava antes, que era a partir de 50 anos, passando para 45. Valadão informou que no Brasil não existe um programa de rastreamento nos moldes americanos ou europeus.
O câncer colorretal é considerado uma doença silenciosa porque, na maioria das vezes, não apresenta sintomas em seu estágio inicial. 
- O ideal é, a partir dos 50 anos, fazer alguma forma de rastreamento, que pode ser pesquisa nas fezes. Se der positivo, a recomendação é fazer uma colonoscopia”. 
Marcus Valadão afirmou que fora dessa questão de rastreamento, a prevenção primária inclui medidas para diminuir o risco de desenvolver a doença. Essas medidas incluem dieta rica em fibras, com frutas, verduras e legumes; dieta pobre em carnes vermelhas e gordura animal; e exercícios físicos. 
- Há vários trabalhos mostrando que o sedentarismo aumenta a chance do câncer colorretal, e o exercício físico protege. Ou seja, pacientes que fazem exercício físico e que tiveram câncer têm menos chance de ter outros cânceres ou recidiva do mesmo tumor”. 
O aumento de peso também é um fator de risco para o câncer colorretal, do mesmo modo que o álcool e o tabagismo são fatores relacionados.
Os principais sintomas do câncer colorretal são sangramento nas fezes, alteração do ritmo intestinal, dor ou desconforto abdominal, tumoração abdominal, perda de peso sem causa aparente, entre outros.
Marcus Valadão afirmou que quando diagnosticado precocemente, o câncer colorretal tem entre 90% e 95% de chance de cura. 
O histórico familiar é também um fator de risco para o câncer gastrointestinal, lembrou Valadão. 
- É importante saber o histórico familiar, porque algumas síndromes hereditárias aumentam as chances de ter câncer colorretal”. 
Segundo o médico do Inca, 15% do câncer colorretal são hereditários. Sabendo desse histórico familiar, os médicos podem atuar e fazer o exame de rastreamento nas pessoas na fase mais jovem e, dessa forma, prevenir o aparecimento do tumor.
O cirurgião esclareceu, por outro lado, que o sangramento retal está presente também nas hemorroidas (veias ao redor do ânus ou do reto que se inflamam ou dilatam), o que, às vezes, é confundido com câncer. 
Marcus Valadão revelou que a incidência de doença hemorroidária é alta na população brasileira. 
 
Fonte: Ag