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com PAULO MARQUES - Jornalista Reg. Prof. MTE-16408

Agricultura

Emater estima em 15% quebra nas lavouras de soja em Três de Maio

Emater estima em 15% quebra nas lavouras de soja em Três de Maio
Emater
  • 04/03/2020 - 13:43
Segundo o levantamento feito a campo até o dia 28 de fevereiro pelos técnicos da Emater, a quebra na soja no Rio Grande do Sul alcançou, até o momento, 16% das lavouras semeadas. Assim, das 19,7 milhões de toneladas previstas no início do plantio para a colheita de 2020, deverão ser colhidas 16,5 milhões de toneladas.
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural divulgou, nesta terça-feira, a nova estimativa da safra 2019/2020 na Expodireto em Não-Me-Toque.
Sem previsão de chuva para os próximos 15 dias, a situação tende a se agravar. Pelas condições climáticas atuais, que ainda não são consideradas de seca e sim de estiagem por que atingem pontos isolados e representam produtividades desiguais, o Estado já está perdendo, em dinheiro, R$ 4,84 bilhões somente nas culturas da soja e do milho. 
De acordo com o diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri, a quebra na soja, até o momento, é de 16,2% na produção, projetada para 16,53 milhões de toneladas, contra os 19,74 milhões de toneladas estimados inicialmente. A produtividade da oleaginosa, em função da falta de chuvas, também caiu 16,4%, de 3,31 toneladas por hectare para 2,77 toneladas por hectare. 
No total, a safra de grãos do Rio Grande do Sul está projetada até o momento em 28,72 milhões de toneladas, 8,8% a menos que a safra 2018/2019, que chegou a 31,49 milhões de toneladas de grãos.
Em Três de Maio, a Emater estima as perdas nas lavouras de soja em 15%. Diante das atuais condições adversas do clima, a expectativa de produtividade passou a ser de 2,8 mil quilos por hectare (46 sacas por hectare) no município. 
Conforme o técnico da empresa, Leonardo Rustick, as perdas variam de acordo com a localidade do município devido à falta de uniformidade das chuvas. O prejuízo é mais significativo nas áreas onde o solo é mais raso com afloramento de rochas. 
- Podemos citar lavouras em Barrinha e em algumas encostas de rios onde as perdas já chegam a 80%. Nestas propriedades, o rendimento deve ficar, no máximo, em 10, 15 sacas por hectare. Por outro lado, há lavouras onde choveu com mais regularidade com expectativa ainda de produzir acima de 60 sacas por hectare - destaca Rustick.
Segundo ele, até novembro choveu dentro ou acima da média histórica. Naquele mês choveu 217 mm. Já em dezembro choveu 77mm. Em janeiro e fevereiro foram registrados volumes maiores de precipitações, de 153 mm e 95 mm, respectivamente. Porém, as chuvas foram mal distribuídas. Algumas áreas do município ficaram mais de 20 dias sem água.
Neste momento, a soja semeada em Três de Maio está em fase de enchimento de grãos e maturação. Segundo Leonardo Rustick, para ter um desenvolvimento normal, a oleaginosa necessita de 20 a 25 mm de chuva por semana. 
Os produtores que não conseguirem cobrir os custos de produção têm a cobertura assegurada pelo seguro agrícola. Para tanto, eles devem procurar a empresa responsável pela elaboração do projeto técnico da lavoura para comprovar as perdas e encaminhar o chamado Proagro junto ao agente financeiro onde contratou a operação de crédito.
Para amenizar os prejuízos, o governo do Estado anunciou que irá liberar, nos próximos dias, R$ 4,5 milhões para o programa Troca-Troca Forrageiras - subsídio para aquisição de novas cultivares. A esse valor, de acordo com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), serão acrescidos outros R$ 2 milhões vindos da União.
- O programa é importante para que o produtor - especialmente aquele que trabalha com leite, por exemplo - possa comprar semente para pastagem. Cada produtor pode utilizar até R$ 300,00, limite que estamos tentando elevar para R$ 500,00, com subsídio de 30% - explica Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag-RS.
 
Fonte: Reda