Ouça agora

VOZ DO BRASIL

com A VOZ DO BRASIL

Saúde

Novo vírus provoca primeiro caso de febre hemorrágica brasileira em 20 anos

Novo vírus provoca primeiro caso de febre hemorrágica brasileira em 20 anos
Agência Brasil
  • 21/01/2020 - 13:37
O Ministério da Saúde confirmou, na noite desta segunda-feira (20) um caso de febre hemorrágica brasileira causada por um novo vírus. É a primeira vez em 20 anos que a doença é registrada no País. O paciente, morador de Sorocaba, no interior de São Paulo, morreu por complicações da doença no dia 11 de janeiro. As informações são do jornal o Estado de S. Paulo.
De acordo com boletim epidemiológico divulgado pela pasta, no caso de Sorocaba foi identificado um novo vírus da família Arenavírus, do gênero Mammarenavirus, o vírus Sabiá. A confirmação do caso está sendo considerada um "evento de saúde pública grave" pelo ministério por causa da raridade e alta letalidade da doença. Antes desse registro, só haviam sido relatados quatro casos de febre hemorrágica viral no Brasil, o último em 1999. "Considerando a família, este vírus pode apresentar alta patogenicidade e letalidade. Este fator representa um risco significativo para a saúde pública, ainda que nenhum caso secundário tenha sido identificado até este momento da investigação", destacou o órgão, no boletim.
Seguindo protocolos internacionais, o ministério já comunicou o fato à Organização Mundial de Saúde (OMS) e à Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), mas destacou que ainda não há necessidade de apoio externo de organismos internacionais.
De acordo com o ministério, o paciente começou a manifestar os sintomas no dia 30 de dezembro de 2019, com quadro de dor ao engolir e no abdômen, náuseas, vertigem e dores musculares. Os sintomas evoluíram para um quadro mais grave, que incluiu febre alta, pressão baixa, confusão mental e hemorragia.
Entre o início dos sintomas e o óbito, o paciente foi atendido por pelo menos três estabelecimentos de saúde entre os municípios de Eldorado, Pariquera-Açu e São Paulo, sendo o último o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-USP).
Todas as pessoas que tiveram contato mais próximo com o paciente ou suas secreções deverão ser monitorados por 21 dias, segundo recomendação do ministério, incluindo parentes e os profissionais de saúde que participaram dos atendimentos.
As autoridades sanitárias ainda não sabem como a vítima se infectou. A doença é transmitida principalmente por meio da inalação de partículas formadas a partir de urina, fezes e saliva de roedores infectados, os principais repositórios do vírus. A transmissão de pessoa a pessoa pode ocorrer quando há contato muito próximo e prolongado ou em ambientes hospitalares, quando não utilizados equipamentos de proteção, por meio de contato com sangue, urina, fezes, saliva, vômito, sêmen e outras secreções, segundo o ministério.
Antes do início dos sintomas, o paciente esteve nas cidades de Itapeva e Itaporanga, ambas no interior de São Paulo e que estão sendo tratadas como possíveis locais de infecção. A vítima não tinha histórico de viagem internacional. O ministério informou que realizou, nesta segunda-feira, reunião com representantes de todas as partes envolvidas no caso: Secretaria da Saúde de São Paulo, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Hospital Israelita Albert Einstein e os Conselhos Nacional e Estaduais de Saúde (Conass e Conasems).
"O objetivo da reunião foi verificar o atual cenário e as ações de busca e monitoramento das pessoas que tiveram contato direto com o paciente", destacou a pasta, que também ofereceu apoio à Secretaria de Saúde de São Paulo, com o envio de equipe de técnicos, para realizar a busca ativa de pessoas que tiveram contato com o paciente e para a investigação ambiental.
Fonte: Reda