O senador Humberto Costa (PE), líder do PT no Senado, é o parlamentar federal com os maiores gastos públicos do Congresso em 2019. O gabinete do petista teve despesas de R$ 607,4 mil para custear suas atividades.
Os valores gastos pelo gabinete de Humberto Costa incluem as verbas da cota para o exercício para atividade parlamentar – o chamado "cotão" (que custeia aluguel de escritório, passagens aéreas, serviços de apoio e outros gastos) – e o que o Senado chama de "gastos não inclusos nas cotas para exercício da atividade parlamentar". Essa última rubrica engloba despesas, dentre outros, com serviços de correios.
Já na Câmara, o deputado que mais gastou o "cotão", em valores absolutos, foi Vinícius Gurgel (PL-AP). O parlamentar, que atualmente está afastado do cargo por licença médica, utilizou R$ 481,97 mil ao longo de 2019.
O valor gasto pelo parlamentar do Amapá, porém, não é o maior em termos proporcionais, levando em consideração as verbas que cada parlamentar teria à disposição. Nesse critério, a primeira posição ficou com Professor Alcides (PP-GO), que consumiu 99,79% da verba a que teve acesso em 2019.
O "cotão" tem valores diferentes de acordo com o estado dos deputados, em razão dos preços distintos das passagens aéreas. Os deputados de Roraima são os que dispõem das maiores verbas (R$ 45.612,53 mensais) e os do Distrito Federal, as menores (R$ 30.788,66).
No Senado, a segunda colocação em gastos públicos foi de Telmário Mota (Pros-RR), e a terceira posição ficou com Eduardo Braga (MDB-AM).
Entre os deputados, a segunda e a terceira colocação em gastos do "cotão", em termos proporcionais, ficaram com parlamentares que estão atualmente licenciados: Cléber Verde (Republicanos-MA) e Bilac Pinto (DEM-MG). A segunda e a terceira maiores despesas em números absolutos na Câmara foram de Jaqueline Cassol (PP-RO) e Perpétua Almeida (PCdoB-AC).
As informações sobre as despesas de deputados federais e senadores foram levantadas pelo jornal Gazeta do Povo do Paraná nos sites oficiais de Câmara e Senado.
Quais são os gabinetes que mais custam dinheiro
Além da cota parlamentar, os deputados dispõem da chamada verba de gabinete, que é a verba que fica à disposição para a contratação de funcionários. Cada deputado pode contratar até 25 profissionais, com remuneração que varia de R$ 1.025,12 a R$ 15.698,32. Nesse caso, a verba é igual para todos os gabinetes: R$ 111.675,59 por mês.
O deputado que mais utilizou a verba de gabinete em 2019 foi Daniel Coelho (Cidadania-PE). Ao longo de todo o ano, o gabinete do pernambucano consumiu R$ 1.346.631,88. Trabalham, atualmente, 24 pessoas vinculadas ao parlamentar (na versão inicial do texto, havíamos informado que o gabinete tinha 43 funcionários).
O segundo deputado que mais utilizou a verba de gabinete foi Zé Silva (Solidariedade-MG), que consumiu R$ 1.346.631,88. A terceira posição foi de Jorge Solla (PT-BA), com R$ 1.267.231,17.
Quem são os mais parlamentares com os menores gastos públicos
O senador Reguffe (Podemos-DF) utilizou apenas R$ 500,23 de verbas do Congresso em 2019. É um valor mais de 1.200 vezes menor do que o consumido por Humberto Costa. Todo o valor gasto pelo parlamentar do Distrito Federal é discriminado na categoria "outros materiais" – ele não fez uso de aluguel de imóveis, aquisição de materiais, serviços de segurança privada e outras ferramentas à disposição dos parlamentares.
Reguffe tem uma trajetória de combate aos gastos públicos. Como deputado distrital, cargo que exerceu entre 2007 e 2011, liderou mobilizações para o fim do 14.º e do 15.º salários que eram pagos aos parlamentares.
A segunda menor despesa na Câmara foi a de José Nelto (Podemos-GO), que consumiu R$ 51.175,81, correspondentes a 13,10% da verba à disposição. A terceira maior economia foi a de Paulo Eduardo Martins (PSC-PR).