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Organizar as finanças no próximo ano pode ser promessa da virada

Organizar as finanças no próximo ano pode ser promessa da virada
Marcello Casal Jr./Agência Brasil
  • 24/12/2019 - 12:23
Muitas pessoas aproveitam o fim de ano para elaborar listas de promessas a serem cumpridas nos próximos 12 meses para melhorar de vida. Nestas relações entram dietas e a prática de exercícios físicos, mas também uma organização mais eficiente das finanças pessoais para sair do vermelho no ano que está por vir. Em sites de instituições públicas e privadas e em redes sociais há muitas ferramentas, cursos e dicas para organizar o orçamento familiar.
O planejamento financeiro é o primeiro passo para colocar as contas em dia, como explica o economista e professor licenciado da Universidade de Brasília (UnB), Newton Marques. O primeiro passo é colocar no papel tudo o que ganha no mês e o que gasta. Depois, tem que separar o que é dispensável, supérfluo, do que é indispensável. O ideal é projetar quanto se terá de renda ao longo do ano. Se os gastos são maiores que a renda, tem que começar a cortar o que não é indispensável. 
O especialista ensina que contratar planos de TV por assinatura, trocar de celular a cada hora ou ter um carro para cada membro da família são exemplos de gastos supérfluos. 
O economista também explicou que é importante fazer uma reserva para emergência e para realizar sonhos, como trocar de carro, comprar uma casa ou realizar uma viagem.
Para Marques é preciso haver uma mudança de comportamento dos brasileiros em relação às próprias finanças, evitando o imediatismo. Ele lembra que é como parar de fumar, de beber, deixar de ser sedentário, cuidar da saúde, cuidar do relacionamento familiar. Isso tudo é uma mudança de comportamento. O pior é que problemas com as finanças levam a um desgaste muito grande da saúde, psicológico e isso vai afetar a família.
Apesar de saber que é difícil conversar com a família sobre as finanças, Marques orienta romper essa barreira. Em outros países, isso é levado a sério, mas, aqui no Brasil, não. Ele citou como exemplo os japoneses que evitam o consumo e poupam mesmo com juros negativos. 
Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostrou que 33% dos brasileiros têm intenção de presentear no Natal, mesmo com contas em atraso. Destes, 66% estão com restrição em seus CPF.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o consumo exagerado e descontrolado pode fazer com que o consumidor enfrente problemas no próximo ano. 
É importante lembrar que muitas famílias se encontram em aperto financeiro, além de, em alguns casos, carregar dívidas do Natal do ano passado. O recomendável é não se deixar levar pelas emoções, e planejar as despesas de acordo com o orçamento, sempre priorizando a quitação de contas. Fazer uma lista prévia do que se deseja e pesquisar preços são as atitudes mais indicadas para não extrapolar as finanças - orienta Marcela.
Entre os sites com dicas para organizar as finanças, está o do Banco Central. Na página “cidadania financeira”, é possível escolher entre três perfis: Quero me planejar; Estou endividado; Quero aprender a poupar e investir. Após escolher o perfil, o cidadão é direcionado para conteúdos específicos.
No caso dos endividados, por exemplo, a primeira dica é listar todas as dívidas e fazer um orçamento, com corte de gastos. Além disso, a orientação é buscar renda extra, renegociar com credores e não fazer novas dívidas. “Se já estiver excessivamente endividado, não fique parado. Quanto mais tempo, pior a dívida irá ficar, devido a diversos fatores, como juros e multas. Procurando onde seus gastos podem diminuir? Lembre-se de eliminar por completo os desperdícios, reduzir os supérfluos e otimizar a despesa com os produtos necessários. Tenha calma! Para tudo há solução”, diz o site.
O BC orienta ainda que toda a família se envolva na solução do endividamento. “É importante que toda a movimentação de recursos, incluindo todos os investimentos, receitas e despesas, esteja organizada. Isso requer participação e comprometimento de cada membro da família, considerando os diferentes perfis de comportamento financeiro de seus integrantes”.
 
Fonte: Ag