O aluguel do escritório político do ministro da Cidadania, Osmar Terra, em Santa Rosa, é pago com dinheiro do Legislativo. Reportagem do jornal Zero Hora, publicada na edição desta quarta-feira (22), revela que o vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Darcísio Perondi (MDB), paga com recursos da cota para exercício da atividade parlamentar, o aluguel e o IPTU do imóvel, que também funciona como sede do diretório municipal do MDB.
Perondi, que é suplente de Terra, efetua os pagamentos desde março. Já o suplente na legislatura passada, Jones Martins (MDB), quitou as despesas com aluguel, água, luz, IPTU e internet do escritório de Santa Rosa e de outro em Porto Alegre, também usado pelo ministro.
Juntos, os dois suplentes gastaram R$ 140.994,63 em recursos públicos no funcionamento dos escritórios nos períodos em que Terra se licenciou do mandato para ser ministro do governo Michel Temer e agora, no de Jair Bolsonaro.
A prática é proibida por três normativas. Pelas regras da Câmara, a cota parlamentar, com a qual Terra, Jones e Perondi pagaram o aluguel do imóvel por mais de quatro anos, não pode ser usada para custear despesas partidárias.
Conforme Gil Castelo Branco, secretário-geral da Contas Abertas, entidade especializada em finanças públicas, a Câmara não tem fiscalização eficaz sobre os gastos dos deputados. Invocando o histórico da Casa, ele tampouco acredita em punição pelos pares.
Procurado pelo jornal Zero Hora, o ministro Osmar Terra informou que não vai se manifestar.