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RADAR 94 - ALEXANDRE DE SOUZA

com ALEXANDRE DE SOUZA

Saúde

Três de Maio em situação de alto risco por infestação do Aedes aegypti

Três de Maio em situação de alto risco por infestação do Aedes aegypti
Foto: Peter Ilicciev/Reprodução Internet
  • 03/12/2018 - 23:59
Um total de 305 municípios do Estado realizaram no último mês o quarto Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) e o Levantamento de Índice Amostral (LIA) do ano. A análise acontece nas cidades consideradas infestadas pelo mosquito. Pelo método, 93 cidades do RS possuem infestação em situação de alerta ou risco alto, o que representa que ao menos 1% dos imóveis vistoriados apresentava focos de larvas do inseto, que é o transmissor da dengue, zika e chikungunya. Somados, esses municípios representam uma população de 3,3 milhões de pessoas (ou 29,4% do Estado). O fato reforça as ações preconizadas pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) nesta época do ano, já que o Aedes tem sua circulação intensificada no verão, em virtude da combinação da temperatura mais quente e chuvas.
Com base nas informações coletadas nos levantamentos, o gestor pode identificar os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de depósito onde as larvas foram encontradas. O objetivo é que os municípios tenham melhores condições de fazer o planejamento das ações de combate e controle do Aedes aegypti. O secretário estadual da saúde, Francisco Paz, salientou os cuidados que os números indicam. “Quanto maior o índice de infestação, mais risco há de surto das doenças transmitidas pelo mosquito”, avaliou.
182 cidades gaúchas não são consideradas infestadas pelo Aedes e, por isso não, realizam o LIRAa. Entre as que realizaram o levantamento, 212 apresentaram índice satisfatório, quando é inferior a 1%. Por outro lado, 84 foram consideradas em situação de alerta (índice entre 1% e 3,9%). Outros nove tiveram índice superior a 3,9%, considerados de risco alto. Eles estão concentrados no Norte e Noroeste do Estado. São eles: Ajuricaba, Garruchos, Nonoai, Santo Antônio das Missões, Santo Cristo, São Borja, São Nicolau, Três de Maio e Vista Gaúcha. Nove cidades com infestação não apresentaram os resultados do LIRAa.
Nas duas primeiras versões do método, realizadas no primeiro semestre do ano, os índices estavam em situação pior. No primeiro, eram 93 municípios em situação de alerta e 65 em risco alto, enquanto na segunda edição passaram a 105 e 33, respectivamente. No terceiro, realizado no inverno, os registram baixaram, o que é esperado já que a circulação do Aedes reduz em virtude da queda das temperaturas, chegando assim a apenas 21 municípios em alerta e nenhum como risco alto.
 O Rio Grande do Sul registra hoje o maior número de municípios considerados infestados pelo Aedes aegypti na série histórica iniciada em 2000. São 315 cidades, que abrangem aproximadamente 86% da população do Estado (ou 9,7 milhões de pessoas). Um município é considerado infestado quando registra a presença de focos de larvas nas atividades de vigilância do vetor, realizadas com armadilhas distribuídas em locais estratégicos, como ferros-velhos, borracharias, cemitérios, entre outros. Após ingressar na lista, ele só sai depois de passar um período de 12 meses sem voltar a encontrar focos do inseto.
Ao longo deste ano, foram 69 municípios que passaram à condição de infestados. Enquanto em 2017 foram 39 que entraram na lista. Nenhuma cidade saiu da situação no período.
O Rio Grande do Sul não apresenta, até o momento, casos de dengue autóctones (contraídos dentro do Estado). Até o último dia 17/11 foram registrados apenas 21 casos importados em residentes gaúchos que foram contaminados fora do RS. Já em relação ao vírus chikungunya, foram confirmados no período 11 casos autóctones em Santiago, além de outros 8 casos importados distribuídos em oito cidades. Quanto ao zika, não houve caso confirmado RS no ano.
A transmissão da dengue, zika e chikungunya ocorre pela picada do Aedes aegypti. A diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Marilina Bercini, destaca que o baixo registro de casos não deve ser visto como desmobilização. “Temos que nos preparar para o verão e prevenir que tenhamos surtos dessas doenças”, salientou.
O mosquito tem em média menos de 1 centímetro de tamanho, é escuro e com riscos brancos nas patas, cabeça e corpo. Para se reproduzir, ele precisa de locais com água parada. Por isso, o cuidado para evitar a sua proliferação busca eliminar esses possíveis criadouros, impedindo o nascimento do inseto. Entre as medidas, recomenda-se:
- Tampar caixas d'água, tonéis e latões,
- Guardar garrafas vazias viradas para baixo,
- Guardar pneus sob abrigos,
- Não acumular água nos pratos de vasos de plantas e enchê-los com areia,
- Manter desentupidos ralos, canos, calhas, toldos e marquises,
- Manter lixeiras fechadas e
- Manter piscinas tratadas o ano inteiro.
 
Fonte: Reda