Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital de Caridade de Ijuí(HCI) tem a função de encontrar possíveis doadores de órgãos e tecidos, quando tem diagnóstico de morte encefálica. Depois, de articulada com a Central de Transplantes do Estado, começa o processo de doação e captação de órgãos e tecidos. "Importante dizer que existe uma interligação com todas as unidades do hospital para que aconteça uma adequada conversa com a família do doador, que de fato autoriza o processo", explica a coordenadora da Comissão no HCI, enfermeira Alexandra Schmidt.
Na noite de domingo, houve um registro de Morte Encefálica(ME) na UTI Adulto do HCI. A primeira doadora é uma jovem de 27 anos, vítima de acidente de trânsito no centro de Ijuí no fim de semana. Ainda na madrugada de segunda, dia 9 de abril, a equipe de captação de órgãos vinda de Porto Alegre, com apoio da equipes da Emergência, UTI Adulto e Bloco Cirúrgico do HCI, realizaram a captação dos rins e o fígado da doadora. O setor de transportes do HCI fez toda a logística, onde um carro buscou a equipe médica no aeroporto regional de Santo Ângelo, que tem condições de receber aeronaves à noite e depois dos procedimentos de captação em Ijuí, foi levada de volta para o aeroporto. Conforme determina o protocolo da Central de Transplantes, depois de captados, os órgãos são imediatamente encaminhados para Porto Alegre de avião, onde outras equipes estão preparadas para fazer os transplantes, de acordo com a lista única de espera de receptores.
Quanto a fila de espera, os números apresentados pela equipe do HCI, apontam que aqui na região, a de córneas está zerada, mas a de rins, 18 pessoas, aguardam por um transplante de rim. A dificuldade continua sendo a doação, sendo que em 2017 mostra bem a realidade, foram abertos cinco protocolos de morte encefálica, sendo duas negativas e três com contraindicações.
A doação de órgãos é uma atitude que pode salvar vidas, neste contexto a conscientização da população é vital para melhorar a realidade dos transplantes no País. Para ser um doador não é necessário deixar nada por escrito, mas é fundamental comunicar a família sobre o desejo da doação. O HCI é pioneiro nos transplantes de rins, em três décadas, foram mais de 90 pessoas transplantadas, sendo que neste ano, até o momento, 7 pessoas foram beneficiadas.
"Agradecemos e nos sensibilizamos com essa família, doar órgãos é um ato de amor e solidariedade, o transplante pode salvar vidas. A falta de informação e o preconceito ainda são fatores que limitam o número de doações, o que impede que muitas vidas sejam salvas. Para ser um doador deixe claro o desejo de doar para sua família, pois a decisão final é dos familiares, avalia a gerente de enfermagem do HCI Claudia Goergen.
Postado por Paulo Marques