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Justiça

STF encerra primeiro dia de interrogatórios do Núcleo 1 da tentativa de golpe

STF encerra primeiro dia de interrogatórios do Núcleo 1 da tentativa de golpe
Foto: Fellipe Sampaio/STF
  • 09/06/2025 - 21:55
  • Atualizado 09/06/2025 - 21:55

O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início, nesta segunda-feira (09/06), ao interrogatório dos réus da Ação Penal (AP) 2668, que apura a tentativa de golpe de Estado ocorrida entre 2022 e 2023. No primeiro dia, foram interrogados o tenente-coronel Mauro Cid e o deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem. A sessão começou por volta das 14h30 e se estendeu até as 20h. 

Cid e Ramagem fazem parte do grupo de oito réus que integram o Núcleo 1, ou “núcleo crucial”, no caso que julga tentativa de golpe de Estado. Por ter fechado acordo de colaboração premiada no caso, Cid foi o primeiro a ser interrogado. 

Os interrogatórios serão retomados nesta terça-feira (10///06), a partir das 9h, na sala de sessões da Primeira Turma do STF. O primeiro réu a ser interrogado será o almirante Almir Garnier, comandante da Marinha no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os questionamentos prosseguirão pela  ordem alfabética dos demais réus do grupo

O interrogatório foi conduzido pelo relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, com a participação do ministro Luiz Fux e do procurador-geral da República, Paulo Gonet, responsável pela acusação. Após as perguntas do relator e do procurador-geral, os advogados dos demais réus também puderam fazer perguntas.

Além de Cid e Ramagem, o Núcleo 1 é composto por Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. Eles serão ouvidos em audiências previstas para acontecer ao longo desta semana.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), esse núcleo teve papel central na tentativa de golpe. O esquema envolveu outros 26 réus, que foram divididos em outros três grupos distintos de acordo com seu papel na trama. 

O grupo responde por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. No caso de Alexandre Ramagem, a investigação sobre fatos ocorridos após sua posse como deputado federal, em janeiro de 2023, está suspensa até o fim do mandato.

Após o depoimento, a audiência foi suspensa e será retomada nesta terça-feira (10), às 9h. O próximo a depor será o ex-comandante da Marinha Almir Garnier.

O que disseram:

Mauro Cid

Primeiro a depor, Mauro Cid confirmou que esteve presente em uma reunião na qual foi apresentado ao ex-presidente Jair Bolsonaro um documento que previa a decretação de medidas de estado de sítio e prisão dos ministros do STF.

Cid também confirmou que recebeu dinheiro do general Braga Netto dentro de uma sacola de vinho para que fosse repassado ao major do Exército Rafael de Oliveira, integrante dos kids-pretos, esquadrão de elite da força.

Ramagem

O ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem negou ter usado o órgão para monitorar ilegalmente a rotina de ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o governo de Jair Bolsonaro.

Confira a ordem dos depoimentos:

Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; - Encerrado 
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) - Encerrado;
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
Walter Braga Netto, general do Exército e ex-ministro de Bolsonaro.