Debaixo de forte chuva, O Inter virou para cima do Bahia e garantiu, nesta quarta-feira (28/05), classificação para as oitavas de final da CONMEBOL Libertadores na liderança do grupo F da competição. Os gols da noite foram marcados por Vitinho e Borré, protagonistas do triunfo de 2 a 1 da equipe de Roger Machado.
Os mata-matas continentais serão disputados somente em agosto, depois da interrupção no calendário futebolístico para a Copa do Mundo de Clubes da FIFA. Até lá, o Colorado foca no Campeonato Brasileiro, torneio pelo qual voltará a campo no próximo domingo (01/06), às 20h30, diante do Mirassol. O duelo ocorrerá no Beira-Rio, e já conta com Check-In e venda de ingressos liberados para a torcida.
Inter controla o jogo e valoriza o tempo
Roger Machado escalou o Inter com dois extremas nesta noite de quarta-feira. Inicialmente, Gustavo Prado ocupou o corredor esquerdo de ataque e Wesley atuou na direita, enquanto Rafael Borré, recuperado de lesão muscular, foi titular como centroavante. Já a dupla de volantes do Inter contou com Bruno Henrique, responsável por exercer a tradicional função de 'gatilho de pressão', e Fernando. Costumeiramente posicionados no campo ofensivo, esses nomes protagonizaram uma pressão alta extremamente bem-sucedida ao longo da etapa inicial.
Encaixotado nas linhas altas do Colorado, o Bahia muito recorreu ao jogo com os pés de seu goleiro, Marcos Felipe, para sair da defesa trocando passes, mas a estratégia não surtiu efeito. Assim, a posse de bola pertenceu, na maior parte do tempo, sob o domínio do Inter, que criou suas primeiras chances por meio da individualidade de Gustavo Prado. Aos 17 e 20 minutos, o camisa 47 arriscou chutes perigosos de fora da área e colocou o arqueiro rival para trabalhar. Minutos depois, Wesley também deu as caras e invadiu a área a dribles, mas teve o arremate antecipado por corte providencial de Mingo.
A grande chance do Inter veio aos 25. Depois de mais um erro forçado na saída de jogo visitante, Wesley lançou Borré entre os zagueiros e, com inteligência, o colombiano dominou de costas para o gol, conduziu para o chute de perna direita e soltou a bomba. Forte, a finalização saiu com muito perigo. Cinco minutos depois, Jean Lucas teve a única oportunidade do Bahia: em contragolpe nascido de escanteio cobrado pelo Inter, o meio-campista recebeu de Cauly e, cara a cara com Anthoni, definiu na rede pelo lado de fora.
Nos últimos 15 minutos de primeiro tempo, a chuva, que já era constante, ficou mais forte, impactando no ritmo do confronto. Deslocado para a esquerda, Wesley construiu, neste contexto, duas boas incursões à linha de fundo. Na primeira, o atacante cruzou fechado e Marcos Felipe cortou de soco. Depois, o camisa 21 tentou o passe rasteiro, o goleiro afastou para a entrada da área e, dono do rebote, Alan Patrick definiu de primeira. Por pouco, ela foi para fora.
O Inter retornou dos vestiários com novidade. Na vaga de Gustavo Prado, Vitinho assumiu a ponta-direita de ataque, garantindo fôlego renovado tanto para agredir o Bahia quanto para conter os avanços de Erick Pulga. Logo no primeiro minuto da etapa final, Alan Patrick encontrou Borré dentro da área e o colombiano, mesmo com pouco ângulo, conseguiu bom chute de perna canhota. Com a nuca, Marcos Felipe salvou os visitantes.
Embora marcasse pouca presença no campo de ataque, o Bahia foi quem inaugurou o placar no Beira-Rio. Depois de cruzamento da esquerda, Willian José finalizou para milagre de Anthoni. No rebote, Jean Lucas completou para as redes. Com o gol, os visitantes assumiam a vice-liderança do grupo, ultrapassando o Inter (que ficava na terceira posição). Com urgência, precisávamos reagir - e reagimos!
Logo na saída do meio de campo, o Inter trocou passes rápidos pela direita até a posse chegar em Vitão. Da linha divisória do gramado, o zagueiro percebeu Borré no mano a mano com David Duarte e apostou no lançamento para o colombiano. Forte, o cruzamento foi parcialmente cortado pelo rival. Na meia-lua, porém, Alan Patrick ficou com o rebote, driblou Everton Ribeiro e pifou Bruno Henrique. Já dentro da área, o camisa oito abriu jogo para Vitinho, que dispensou o domínio. Rasteiro e cruzado, o chute do atacante morreu nas redes. Tudo igual!
Pouco depois do empate, Roger mudou em dose dupla: Ramon e Thiago Maia entraram nas vagas de Bernabei e Bruno Henrique, mantendo o desenho tático colorado. Ceni, então, respondeu com Ademir, que substituiu Cauly. O tempo começava a ser inimigo dos visitantes. Aos 27, Luciano Juba finalizou rasteiro, da entrada da área, e parou em defesa de Anthoni. Três minutos depois, Everton Ribeiro, extenuado, deu lugar para Michel Araújo. À medida em que o apito final se aproximava, a tensão crescia. A partir de então, qualquer mudança no placar poderia ser definitiva. E assim foi.
Acionado por Ramon, Wesley partiu rumo à linha de fundo e, já ao lado da grande área, cruzou bola forte na direção de Borré. Responsável por marcar o goleador colombiano, Mingo errou o tempo da jogada e não conseguiu se recuperar. Preciso para ganhar a luta por cima, Rafael desviou um testaço em frente a Marcos Felipe, que até resvalou na bola, em lance de puro reflexo, mas sem chances de mudar o endereço do cabeceio. Após beijo teimoso no travessão, o arremate estufou as redes e começou a festa da torcida no Beira-Rio. Inter 2 a 1!
Pressionado pela iminente eliminação, o Bahia partiu para o tudo ou nada. Kayky e Lucho, atacantes, e Acevedo, meio-campista, substituíram os meias Jean Lucas e Caio Alexandre e o centroavante Willian José. Para resguardar a cabeça de área colorada, Roger sacou Wesley e colocou Ronaldo. Inteligente para explorar o nervosismo visitante, Alan Patrick conseguiu um incrível desarme de calcanhar e, pela direita do setor ofensivo, tabelou com Vitinho. Já dentro da área, o capitão deu uma meia-lua em Kayky antes de soltar o foguete. Assoviando o travessão, a bola saiu por tiro de meta.
Do lado visitante, a melhor chance para empatar apareceu aos 43. Pegando a sobra de desarme feito por Luciano Juba em cima de Fernando, Michel Araújo teve liberdade para finalizar a poucos passos da marca do pênalti. Ágil, Anthoni conseguiu o milagre com os punhos. Já nos acréscimos, Roger mudou pela última vez, promovendo Lucca na vaga de Borré. Bem postado defensivamente, o Inter suportou sem sustos a blitz soteropolitana e garantiu a soma de três pontos que lhe asseguraram a primeira posição no grupo da morte da Libertadores de 2025. Que grande vitória, Colorado!
Ficha técnica:
Internacional (2): Anthoni; Braian Aguirre, Vitão, Juninho e Bernabei (Ramon); Fernando, Bruno Henrique (Thiago Maia), Gustavo Prado (Vitinho), Alan Patrick e Wesley (Ronaldo); Rafael Borré (Lucca). Técnico: Roger Machado.
Bahia (1): Marcos Felipe; Gilberto, David Duarte, Ramons Mingo e Luciano Juba; Caio Alexandre (Acevedo), Jean Lucas (Kayky) e Everton Ribeiro (Michel Araújo); Cauly (Ademir), Willian José (Lucho Rodríguez) e Erick Pulga. Técnico: Rogério Ceni.
Gols: Vitinho, aos 9'/2ºT, e Rafael Borré, aos 31'/2ºT (I). Jean Lucas, aos 8'/2ºT (B).
Cartões amarelos: Wesley e Fernando (I). Luciano Juba (B).
Arbitragem: Facundo Tello, auxiliado por Juan Belatti e Gabriel Chade. Quarto Árbitro: Sebastian Zunino. VAR: Hector Paletta.
Estádio: Beira-Rio.
Público: 33.712. Pagantes: 31.313. Não pagantes: 2.399.
Renda: R$ 1.232.653,00.