Como aumentar a produtividade sem aumentar custos? Um dos pilares para essa resposta está sendo apresentado na Fenasoja 2024, junto ao espaço da Emater/RS-Ascar na Exporural, que segue à disposição para visitação até o próximo domingo (08/12). Agricultores de diferentes pontos do Noroeste gaúcho já puderam conferir as orientações sobre práticas conservacionistas do solo que tem sido apresentadas, resultado do trabalho de melhoria de fertilidade e conservação realizado na região de Santa Rosa pela a Emater/RS-Ascar em parceria com o curso de Agronomia da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Cerro Largo, e Embrapa de Passo Fundo, instituições que fornecem embasamento científico e capacitação para as ações de Extensão Rural na área de solos.
O supervisor da Emater/RS-Ascar, engenheiro agrônomo Rubens Tesche, explica que no espaço estão sendo apresentados os resultados de duas pesquisas, dos professores do Curso de Agronomia da UFFS, Douglas Rodrigo Kaiser e Renan Costa Beber Vieira, que apontam a clara relação entre práticas conservacionistas do solo e o rendimento das lavouras.
A pesquisa conduzida pelo professor Kaiser aponta perdas significativas de produtividade com a erosão do solo. "O diagnóstico realizado aponta que mesmo em situações de erosão laminar, de 2 cm, a produtividade esperada na soja, por exemplo, caiu de 80 para 53 sacas por hectare", explica Tesche, acrescentando que "em um solo com erosão de 4 cm, a produtividade média reduziu para 32 sacas/ha e, onde houve perda de sete centímetros da camada superficial, a produtividade média por hectare ficou em 19 sacas".
A pesquisa da Embrapa, conduzida pelo Dr. José Eloir Denardin, aponta que a fertilidade, de modo especial em áreas compactadas, está concentrada nas camadas superficiais, portanto, se essas sofrerem com a erosão, a produtividade fica comprometida.
O estudo, cooordenado pelo professor Renan, da UFFS, aponta para a importância da descompactação e da correção do solo, seguindo-se o diagnóstico de análises química e física. Em uma vitrine exposta na Exporural é demonstrada a diferença da profundidade das raízes da soja em solo corrigido e das raízes em solo sem correção ou corrigido apenas superficialmente. "No solo corrigido, as raízes de soja conseguem se desenvolver profundamente, já quando é um solo ácido, não conseguem se desenvolver. Por isso se recomenda fazer uma análise separada de 0 a 10 e de 10 a 20 cm, para o comparativo da diferença de Ph e de fertilidade e, assim, ser mais assertivo na correção e na descompactação", explica Tesche.
Outro ponto abordado é a importância das plantas conhecidas como gramíneas C-4, a exemplo do milho, milheto e capim sudão, que possuem alta taxa de fotossíntese e produzem sistemas radiculares excelentes para a estruturação dos agregados do solo, aumentando a porosidade do solo descompactado. O engenheiro agrônomo reforça que as plantas C-4 também "têm alta produção de massa verde, contribuindo com a cobertura do solo na prevenção à erosão hídrica e realizam o sequestro de carbono da atmosfera, incorporando ao solo por meio de matéria orgânica, contribuindo com a conservação e potencializando a busca da máxima produtividade dos cultivos em solos com esse manejo".
Por Deise A. Froelich - Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Santa Rosa
Postado por Alexandre de Souza - Rádio Colonial