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com ALEXANDRE DE SOUZA

Saúde

Hospital de Três de Maio já atendeu em 2024 758 pacientes com dengue

Hospital de Três de Maio já atendeu em 2024 758 pacientes com dengue
  • 20/04/2024 - 15:57
  • Atualizado 20/04/2024 - 16:07

O diretor técnico do Hospital São Vicente de Paulo de Três de Maio, Franklin Capaverde, em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (18/04), explicou diversos aspectos relacionados ao atendimento dos pacientes com dengue. Segundo ele, o objetivo da realização da coletiva é esclarecer à população em que situações é preciso procurar o hospital. A coletiva contou com a presença do prefeito Marcos Corso, do vice Josias Corrêa e da secretaria da Saúde, Jacira Taborda, além de representantes dos municípios da região, que fazem parte da cogestão da Unidade de Emergência.

Ele afirmou que nas últimas semanas a equipe do hospital está sobrecarregada diante do aumento explosivo dos casos de dengue. Nesta sexta, onze pacientes com a doença estavam internados na instituição, dez deles moradores de Três de Maio, e um de Independência.

- Houve um aumento significativo do volume de atendimentos, e, também, da gravidade dos pacientes. E isso superlotou a Emergência do hospital de uma maneira nunca antes vista, preocupando a gestão do hospital e a cogestão dos municípios da região – revelou.

Segundo Capaverde, o atendimento dos pacientes com sintomas de dengue obedece as diretrizes atualizadas em 2024 que traz uma classificação, levando em consideração aspectos clínicos e de condições prévias dos pacientes.

Desta forma, eles são divididos em quatro grupos. O grupo A, que é o dos pacientes que não têm sinais de alarme, nem comorbidades ou condições clínicas especiais. Geralmente apresentam febre alta, dor de cabeça, dores musculares e articulares e dor atrás dos olhos. Esses pacientes podem fazer o tratamento em casa mesmo, desde que observem a adequada hidratação, com água, soros orais, água de côco, sucos naturais preparados em casa e a correta alimentação. Segundo o médico, em caso de febre e dores, eles podem tomar antitérmicos, como dipirona e paracetamol.

- Não existe tratamento com medicamentos específicos para a dengue, então, se faz um tratamento sintomático, de suporte, para que o organismo do paciente possa criar os anticorpos e defesas, e comece a se recuperar de fato – explica.

O grupo B engloba os pacientes com um ou mais sinais de alarme, como vômitos persistentes, dor abdominal persistente, acúmulo de líquidos nas cavidades corporais e sangramentos espontâneos.

Já o grupo C são pacientes com a presença de sinais de dengue grave por sinalizarem que estes podem ter complicações em seu quadro, como hemorragias, perda de consciência e desmaios, falhas no coração, disfunção hepática; e, por fim, o grupo D, é daqueles pacientes com comorbidades, que existem atenção máxima da equipe médica e de enfermagem.

- Vocês não sabem o esforço que a gente faz para oferecer um atendimento adequado para todos. Eu cheguei a anteder 112 pacientes em uma noite. Acho que é o recorde de todos tempos do hospital – contou Capaverde.

O Hospital São Vicente de Paulo já notificou desde o início do ano 758 casos prováveis de dengue. Destes, 151 pacientes precisaram ser internados. Foram registrados cinco mortes provocadas pela doença de pacientes de Três de Maio e três de Independência. Até o momento, o Laboratório Central do Estado (Lacen) confirmou quatro óbitos por dengue: dois em cada um destes municípios.

O número de pacientes com dengue que necessitam de internação continua aumentando no Hospital São Vicente de Paulo. Em janeiro, 11 pacientes foram internados com dengue na instituição. No mês seguinte, o número passou para 19. Em março houve um aumento considerável: 50 internados com dengue. E, em abril, até o dia 19, já são 71 pacientes internados com a doença.