O diretor técnico do Hospital São Vicente de Paulo de Três de Maio, Franklin Capaverde, em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (18/04), explicou diversos aspectos relacionados ao atendimento dos pacientes com dengue. Segundo ele, o objetivo da realização da coletiva é esclarecer à população em que situações é preciso procurar o hospital. A coletiva contou com a presença do prefeito Marcos Corso, do vice Josias Corrêa e da secretaria da Saúde, Jacira Taborda, além de representantes dos municípios da região, que fazem parte da cogestão da Unidade de Emergência.
Ele afirmou que nas últimas semanas a equipe do hospital está sobrecarregada diante do aumento explosivo dos casos de dengue. Nesta sexta, onze pacientes com a doença estavam internados na instituição, dez deles moradores de Três de Maio, e um de Independência.
- Houve um aumento significativo do volume de atendimentos, e, também, da gravidade dos pacientes. E isso superlotou a Emergência do hospital de uma maneira nunca antes vista, preocupando a gestão do hospital e a cogestão dos municípios da região – revelou.
Segundo Capaverde, o atendimento dos pacientes com sintomas de dengue obedece as diretrizes atualizadas em 2024 que traz uma classificação, levando em consideração aspectos clínicos e de condições prévias dos pacientes.
Desta forma, eles são divididos em quatro grupos. O grupo A, que é o dos pacientes que não têm sinais de alarme, nem comorbidades ou condições clínicas especiais. Geralmente apresentam febre alta, dor de cabeça, dores musculares e articulares e dor atrás dos olhos. Esses pacientes podem fazer o tratamento em casa mesmo, desde que observem a adequada hidratação, com água, soros orais, água de côco, sucos naturais preparados em casa e a correta alimentação. Segundo o médico, em caso de febre e dores, eles podem tomar antitérmicos, como dipirona e paracetamol.
- Não existe tratamento com medicamentos específicos para a dengue, então, se faz um tratamento sintomático, de suporte, para que o organismo do paciente possa criar os anticorpos e defesas, e comece a se recuperar de fato – explica.
O grupo B engloba os pacientes com um ou mais sinais de alarme, como vômitos persistentes, dor abdominal persistente, acúmulo de líquidos nas cavidades corporais e sangramentos espontâneos.
Já o grupo C são pacientes com a presença de sinais de dengue grave por sinalizarem que estes podem ter complicações em seu quadro, como hemorragias, perda de consciência e desmaios, falhas no coração, disfunção hepática; e, por fim, o grupo D, é daqueles pacientes com comorbidades, que existem atenção máxima da equipe médica e de enfermagem.
- Vocês não sabem o esforço que a gente faz para oferecer um atendimento adequado para todos. Eu cheguei a anteder 112 pacientes em uma noite. Acho que é o recorde de todos tempos do hospital – contou Capaverde.
O Hospital São Vicente de Paulo já notificou desde o início do ano 758 casos prováveis de dengue. Destes, 151 pacientes precisaram ser internados. Foram registrados cinco mortes provocadas pela doença de pacientes de Três de Maio e três de Independência. Até o momento, o Laboratório Central do Estado (Lacen) confirmou quatro óbitos por dengue: dois em cada um destes municípios.
O número de pacientes com dengue que necessitam de internação continua aumentando no Hospital São Vicente de Paulo. Em janeiro, 11 pacientes foram internados com dengue na instituição. No mês seguinte, o número passou para 19. Em março houve um aumento considerável: 50 internados com dengue. E, em abril, até o dia 19, já são 71 pacientes internados com a doença.