Uma série de temporais, alguns fortes a severos, na última noite, causou estragos em vários municípios do Noroeste do Rio Grande do Sul. Foram registrados queda de árvores e de postes, destelhamentos de casas e estabelecimentos comerciais e falta de energia elétrica. A área de instabilidade também atingiu o Oeste e o Meio-Oeste de Santa Catarina.
Conforme a Metsul Meteorologia, os ventos passaram de 100 km/h. Algumas rajadas medidas em estações meteorológicas chegaram a 130 quilômetros por hora. A chuva foi ainda intensa com acumulados em alguns pontos acima de 100 mm em poucas horas.
Em Três de Maio equipes da Secretaria Municipal da Agricultura e de Obras passaram o dia removendo troncos e galhos de árvores que caíram, bloqueado o trânsito em ruas e estradas municipais. A Prefeitura também interrompeu o fluxo de veículos na ponte que passa sobre o riacho Caneleira, que ficou submersa, na localidade de Barra do Caneleira, divisa com Manbuca Alta, Horizontina. Em Barrinha Ceccim a ponte sobre o Rio Buricá, entre Três de Maio e São José do Inhacorá, também foi encoberta pelas águas. Na cidade de Três de Maio também houve queda de galhos.
Segundo a Metsul, os temporais também causaram estragos em São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões, Santa Rosa e Cerro Largo. Em São Luiz Gonzaga, nas Missões, o vendaval intenso derrubou árvores em diversos pontos da cidade, incluindo na Praça da Matriz. Ao menos 15 residências foram destelhadas pelo vento no município.
Estragos e transtornos também foram registrados em Santa Catarina, como quedas de árvores e destelhamentos de edificações, principalmente nos municípios de Mondaí, Videira, Riqueza, Caibi e Palmitos, dentre outras cidades. Em Chapecó, o temporal derrubou árvores e causou falta de energia em grande parte da cidade. Quando do início do temporal, perto da meia-noite, mais de 50 mil unidades consumidoras chegaram a ficar sem energia elétrica na cidade do Oeste catarinense. As aulas foram suspensas.
A Metsul Meteorologia explicou que um sistema convectivo de mesoescala se formou sobre o Noroeste do Rio Grande do Sul no começo da noite da segunda-feira e avançou depois para o Oeste catarinense. Este tipo de formação, comum durante a primavera e o verão entre o Nordeste da Argentina, o Sul do Brasil e o Paraguai, costuma estar associada a tempestades e chuva intensa.
Sistema Convectivo de Mesoescala é definido simplesmente como um grupo organizado de tempestades que é maior que uma única tempestade e menor que um sistema de tempestade em escala sinótica. Isso geralmente significa que duram entre três e seis horas e abrangem área maior que uma cidade ou poucas cidades.