O buraco na camada de ozônio localizado acima da Antártica alcançou um tamanho de 26 milhões de quilômetros quadrados. Este valor é aproximadamente três vezes o espaço que o Brasil ocupa. A medição foi realizada em setembro de 2023 pelo satélite Copernicus Sentinel-5P, da Agência Espacial Européia (ESA).
O tamanho do buraco varia conforme a temperatura. Geralmente, em setembro e meados de outubro ele atinge seu ápice do ano. No final de dezembro, os níveis do ozônio voltam ao normal. Neste ano, o buraco cresce rapidamente desde meados de agosto e tornou-se um dos maiores buracos na camada já registrados historicamente.
O Copernicus é o primeiro satélite dedicado a monitorar a atmosfera. Ele carrega um espectrômetro que consegue realizar impressões digitais de gases e obtém imagens com resolução mais alta que antes se conseguia. Já as medições do ozônio total são processadas no Centro Aeroespacial Alemão (DLR).
Porque o buraco aumentou de tamanho?
O aumento ou diminuição do buraco na camada de ozônio varia conforme a força da faixa de vento que flui ao redor da Antártica. Esta faixa é consequência da rotação da Terra e das diferenças de temperatura do planeta. Embora não haja consenso de porquê há forte concentração de ozônio, alguns investigadores especulam que os padrões estejam irregulares devido à erupção do vulcão Tong em janeiro de 2022.
— O vapor de água pode ter levado ao aumento da formação de nuvens estratosféricas polares, onde os clorofluorcarbonos (CFCs) podem reagir e acelerar a destruição da camada de ozono. A presença de vapor de água também pode contribuir para o arrefecimento da estratosfera antártica, aumentando ainda mais a formação destas nuvens estratosféricas polares e resultando num vórtice polar mais robusto — explica Antje Inness, cientista sênior do Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus (CAMS),
Além disso, a ESA comenta sobre as substâncias que contribuíram para destruir a camada de ozônio, como o uso generalizado de clorofluorcarbonos (compostos de carbono que possuem cloro e flúor) nos anos 70 e 80.
Postado por Paulo Marques