Plantio do trigo tem início com incertezas de clima e rentabilidade

O plantio do trigo em 2023 teve início em Três de Maio diante de incertezas quanto a impactos adversos do clima e às perspectivas de rentabilidade na comercialização do cereal. Conforme a Emater, em torno de 20% da área estimada de 12 mil hectares já foi plantada. Zoneamento Agrícola de Risco Climático estabelece o período de 11 de maio a 10 de julho para o plantio do cereal na região.

Assim como no ano passado, também marcado por estiagem no verão, os agricultores vislumbram na próxima safra de inverno uma oportunidade de compensar parte dos prejuízos sofridos na produção de soja e milho em razão da falta de chuva.

Uma das preocupações no ciclo 2023 é o provável retorno do El Niño. Caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, o fenômeno deve ter início em julho e, no caso do Rio Grande do Sul, a expectativa é de chuvas intensas.

- Se chover demais na época da colheita em outubro, início de novembro, o clima pode acabar prejudicando a produtividade – explica Rustick.

Ao contrário da geada, que é outro fenômeno metrológico, que pode causar danos ao cereal, em relação à possibilidade de chuvas intensas na primavera o produtor não tem como escalonar a semeadura, pois não há como prever co período exato qual serão registradas as precipitações mais volumosas e persistentes.

Outro fator de apreensão são as cotações do cereal, que despencaram de patamares em torno de R$ 100 a saca em maio do ano passado para os atuais R$ 68, de acordo o levantamento semanal da Emater.

- Considerando a cotação atual do trigo, o custo de produção do trigo está variando de 45 sacas até 53 sacas. A estimativa é colhermos, em média, 55 sacas por hectare. A margem de lucro é muito pequena. O produtor não pode errar – afirma.

Para minimizar o risco, Rustick diz que os produtores precisam acertar na escolha da cultivar, no momento da semeadura e os tratos culturas necessários.