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Agricultura

Safra de verão 2022/2023 é considerada a da recuperação

Safra de verão 2022/2023 é considerada a da recuperação
Reprodução/Emater/RS-Ascar
  • 30/08/2022 - 17:18

Com uma produção estimada de mais de 20 milhões de toneladas de soja, o Rio Grande do Sul pretende recuperar parte das perdas provocadas pela estiagem passada. Os dados preliminares da Safra de Grãos de Verão 2022/2023 no Estado foram apresentados pela Emater/RS-Ascar em Café com a Imprensa na manhã desta terça-feira (30/08), na 45ª Expointer, que vai até domingo (04/09), no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.

O lançamento foi prestigiado pelo secretário estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Domingos Velho Lopes, e pelo presidente do Conselho Técnico Administrativo da Emater/RS-Ascar, Paulo Roberto da Silva, também da Seapdr. Da Emater participaram o presidente e os diretores técnico e administrativo, Alex Corrêa, Alencar Rugeri e Alexandre Durans.

De acordo com pesquisa realizada em 484 (99,9%) dos 497 municípios gaúchos, a safra da soja estimada em 20,5 milhões de toneladas representa 124,41% a mais do que o frustrado ciclo anterior, que foi de 9,1 milhões de toneladas, o que projeta uma produtividade de 3.131 quilos por hectare, ou 112,68% maior do que a média de rendimento na safra passada, que foi de 1.472 quilos por hectare.

Ainda sobre a soja, principal grão de verão produzido no RS, a área projetada para a safra 2022/2023 é de 6.568.607 hectares, 2,83% maior do que a safra anterior (6.387.985 ha). “Como a metade Norte do Estado tem a soja com um potencial mais consistente, percebemos que a cultura está avançando para a metade Sul, necessitando de um manejo mais profissional, mas o resultado projetado é espetacular”, avalia o diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri.

A safra aguardada para a cultura do milho também projeta boa recuperação para os produtores e para a economia gaúcha. De acordo com a estimativa inicial apresentada pela Emater, o milho deverá alcançar uma produção de 6,1 milhões de toneladas, ou seja, 104,54% maior do que a safra passada (2,9 milhões de toneladas), a serem cultivadas numa área de 831.786 hectares, 5,91% acima da safra anterior (785.335 hectares), gerando uma produtividade média prevista de 7.337 quilos por hectare, o que representa 90,47% a mais do que a obtida na safra passada (3.852 quilos por hectare).

“Apesar de a produção de milho aumentar há quatro anos, precisamos de políticas públicas de incentivo para essa cultura, a exemplo do Pró-Milho, que envolve todas as entidades do agro do Estado. Temos necessidade de atender as demandas das criações, importante pela pujança do setor de proteína animal”, observa Rugeri.

No milho silagem, a produção esperada para a safra 2022/23 é de 13.835.615, ou seja 78,06% a mais do que a safra anterior, que foi de 7.770.047. Apesar da área diminuir 8,31%, passando de 398.587 hectares para 365.467 hectares, a produtividade estimada para esta safra é de 37.857 quilos por hectare, ou seja, de 93,01% superior aos 19.614 quilos por hectare de rendimento do milho silagem na safra passada.

Já a safra de arroz projeta para a safra de verão uma redução de área de 9,90%, passando de 957.185 hectares (safra 2021/2022) para 862.498 hectares, estimativa inicial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) para 2022/2023. Isso vai fazer com que o RS tenha, para a próxima safra de verão (2022/2023), uma produção de 7,09 milhões de toneladas de arroz (a safra 2021/2022 foi de 7,7 milhões de toneladas), e uma produtividade média de 8.226 quilos por hectare, ou seja, 1,10% menor do que a obtida na safra anterior, que foi de 8.315 quilos por hectare.

Para o feijão 1ª safra, a Emater também projeta uma redução de 4,56% da área a ser cultivada, totalizando, para a safra de verão, 30.561 hectares no RS (na safra passada foram cultivados 32.020 hectares). A produção estimada de feijão é de 51.985 toneladas (42.188 toneladas na safra 2021/2022), e a produtividade para a safra 2022/2023 é de 1.701 quilos por hectare, 28,19% maior do que a da safra anterior, que foi de 1.327 quilos de feijão por hectare. “Com o avanço da Agricultura de Baixo Carbono (ABC), as culturas de verão, como o feijão, têm que estar fortalecidas no sistema de produção do Estado”, ressalta Rugeri.

No total de grãos a serem cultivados no RS para a safra 2022/2023, a Emater e o Irga estimam uma produção de 33,81 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 69,93%, se comparada com a safra anterior 2021/2022, que foi de 19,89 milhões de toneladas. Na área a ser cultivada com os grãos de verão no Estado, as estimativas indicam o total preliminar de 8.293.457 hectares, ou 1,60% acima da área cultivada na safra passada, que foi de 8.162.525 hectares.

Para Rugeri, o momento é de refletir e celebrar as perspectivas para a safra de grãos de verão. “Nosso maior desejo é que essas informações se consolidem”, finalizou o diretor técnico.

Prognóstico climático trimestral

Antes da apresentação das estimativas iniciais da safra de verão 2022/2023, o meteorologista da Secretaria da Agricultura, Flávio Varone, ressaltou a tendência de o Rio Grande do Sul ter uma primavera amena, “dentro da normalidade, com declínio do fenômeno La Niña, à medida que se aproxima o verão”.

Segundo o meteorologista, o inverno se mantém típico, mais úmido, e os meses de setembro e novembro têm condições de chuva dentro da normalidade para a época, assim como em outubro, “quando teremos a sensação de que o inverno ainda não passou, com noites mais frias”, disse Varone, ao antecipar como previsão para o verão a ocorrência de estiagens curtas e regionalizadas.

Por Adriane Bertoglio Rodrigues/Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar