Apesar da seca que castiga as lavouras de verão gaúchas, o governo federal não autorizou a ampliação do Zoneamento Agrícola da soja no Rio Grande do Sul. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) alegou “razões técnicas” como impeditivo para atender a demanda das entidades rurais gaúchas, segundo o presidente da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar, o deputado Heitor Schuch (PSB/RS).
- Esse prazo precisa ser prorrogado excepcionalmente neste ano, para que possa estar adequado á realidade climática do Rio Grande do Sul - argumenta Schuch,
Segundo o deputado, o pedido de ampliação do prazo para o plantio da soja foi apresentado ao Mapa pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), no dia 9 de dezembro.
Segundo ele, em função da seca, muitos agricultores irão plantar em datas posteriores ao encerramento do zoneamento atual, aguardando a retomada das chuvas, mas correndo o risco de ficar fora do Proagro, seguro agrícola que é direcionado aos beneficiários do Pronaf.
O parlamentar antecipa que voltará a procurar a ministra Tereza Cristina nos próximos dias para reforçar a situação dramática no Estado.
O Rio Grande do Sul tem dois períodos de semeadura da soja definidos pelo Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa). Um deles é o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), de 24 de setembro e 31 de dezembro, o qual garante aos produtores que plantam nesta janela o acesso ao seguro. Entidades do setor do Estado tentaram prorrogar o período até 30 de janeiro de 2022, em razão do atraso no plantio decorrente da falta de chuva, mas tiveram o pleito negado pelo ministério.
Já a Portaria nº 389 do Mapa, publicada em 2 de setembro, permite a semeadura da oleaginosa entre 13 de setembro de 2021 e 31 de janeiro de 2022, mas não é vinculada ao seguro. Este calendário ampliado é uma medida fitossanitária prevista no Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja e visa racionalizar o número de aplicações de fungicidas para controlar a praga.