“Talvez meus filhos não irão ver isso.” A fala é de Júlio César, 52 anos, que há três décadas pedala pela Arie da Granja do Ipê. Ele foi um dos vários que cortavam caminho pelas trilhas da Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) nessa terça (12/10). Localizado próximo à Mesa de JK, no Riacho Fundo II, e cercado pelos bairros do Riacho Fundo I e Park Way, o espaço de exuberância nativa do Cerrado é alvo constante de atividades de grileiros que avançam pela área de preservação.
Margeado pelos córregos do Capão Preto e do Ipê, importantes nascentes para o abastecimento da Bacia do Paranoá, e situado a cerca de 35 quilômetros do Congresso Nacional, o local também é berço de sítios arqueológicos pré-coloniais de alta relevância histórica que datam de mais de 4 mil anos.
De acordo com o jornal online Metrópoles, o espaço que conserva o local de descanso utilizado por Juscelino Kubitschek há mais de 60 anos é visado por grileiros desde antes da formação da Arie, em 1998, segundo o Decreto n° 19.431, de 1998.
A invasão mais recente de área pública foi registrada no último sábado (9/10), próximo a uma bifurcação na estrada de chão da Arie da Granja do Ipê. Segundo a fiscalização do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), que vistoriou a área devastada no sábado, o espaço tem cerca de 7 mil metros quadrados, e as máquinas utilizadas na “limpeza” do terreno seriam de uma empresa de terraplanagem. Elas estavam em uma fazenda a 800 metros do local desmatado.
As informações são do jornal online Metrópoles.