O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e chefes de empresas tecnológicas se reuniram emergencialmente na quarta-feira (25) para analisar a segurança cibernética no país, após vários ataques cibernéticos que revelaram a vulnerabilidade de diversas infraestruturas.
— A realidade é que a maior parte de nossa infraestrutura crítica pertence e é operada pelo setor privado, e o governo federal não pode enfrentar esse desafio sozinho — declarou Biden no início da reunião.
— Convidei todos vocês aqui hoje porque têm o poder, a capacidade e a responsabilidade, acredito, de elevar o padrão da segurança cibernética. E, portanto, temos muito trabalho a fazer — acrescentou.
A Casa Branca recebeu executivos de Google, Apple, Amazon e Microsoft, além de presidentes de grandes grupos empresariais, bancos, seguradoras e serviços essenciais (como água e eletricidade).
A reunião ocorreu depois que, nos últimos meses, empresas e organizações, como uma operadora de oleodutos dos Estados Unidos, a gigante de carnes JBS, o sistema de informática de serviços de saúde irlandesa e uma grande companhia aérea indiana sofreram furto de dados e extorsão cibernética; ataques que estão se tornando mais comuns.
Após o encontro, grandes empresas de tecnologia, incluindo líderes em internet desmaterializada (nuvem), anunciaram em comunicado investimentos e programas de treinamento em segurança cibernética.
A Microsoft, por exemplo, disse que planeja injetar US$ 20 bilhões em cinco anos para "acelerar os esforços de integração de segurança padrão" em sistemas de computador, começando com os de instituições locais e nacionais dos Estados Unidos.
A Amazon prometeu abrir ao público o treinamento de segurança que criou para seus funcionários, e o Google disse que vai investir US$ 10 bilhões em cinco anos para "ajudar a proteger as cadeias de suprimentos de TI" e fortalecer a segurança dos programas de "código aberto".
Ataques cibernéticos
O objetivo do encontro foi identificar as falhas que permitem que os hackers penetrem nos sistemas de computador, para tornar os programas mais resistentes e impermeáveis.
— De acordo com suas estimativas e nossos cálculos, cerca de meio milhão de posições não são cobertas pela segurança cibernética — enfatizou Biden nesta quarta-feira.
No final de 2020, os Estados Unidos sofreram um ciberataque que afetou os servidores de e-mail da Microsoft e o programa Orion, da SolarWinds, que é usado para gerenciar e monitorar as redes de computadores de grandes empresas e da administração.
Este ataque evidenciou as falhas de segurança de 16 "infraestruturas essenciais" em setores como a energia, defesa, produção industrial e alimentação.
Alguns analistas pediram sanções firmes contra a Rússia e outros países de onde esses hackers supostamente operam. Outros especialistas falam em regulamentar melhor as criptomoedas, exigidas por hackers como resgate para restaurar os serviços atacados.
Os recentes ataques "criaram um senso de urgência" e a necessidade do governo e as empresas privadas resolverem o problema, detalhou um membro do governo antes da reunião.
A deliberação na Casa Branca incluiu executivos como Sundar Pichai, do Google, Andy Jassy, da Amazon, Tim Cook, da Apple, e Satya Nadella, da Microsoft.
Também estiveram presentes líderes da JPMorgan Chase, Bank of America e outras empresas financeiras, bem como companhias de seguros, fornecedores de água, gás e eletricidade e organizações educacionais.
Postado por Paulo Marques