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com ALEXANDRE DE SOUZA

Polícia

Médico é investigado por violação sexual de pacientes durante consultas em Cruz Alta

Polícia já ouviu 10 mulheres e acendeu alerta após perceber similaridade dos relatos

Médico é investigado por violação sexual de pacientes durante consultas em Cruz Alta
Polícia Civil/Divulgação
  • 18/08/2021 - 05:29
  • Atualizado 18/08/2021 - 09:19

As vítimas, além de prestar depoimento na polícia, foram encaminhadas para perícia psíquica no Instituto-Geral de Perícias (IGP), em Porto Alegre. A técnica consiste em uma entrevista investigativa composta de dois momentos: relato dos fatos notificados e avaliação do estado mental. No primeiro momento, a vítima é convidada a relatar o que aconteceu. Depois, são feitas algumas perguntas mais específicas, para aumentar a quantidade e a qualidade das informações. 

O entrevistador procura perceber se o relato do evento traumático se mantém ao longo da narrativa e qual o impacto psíquico que a situação notificada trouxe à vítima. Também avalia se os sinais e sintomas de sofrimento psicológico apresentados guardam nexo causal com o fato que foi relatado.

O procedimento é realizado por peritos médico-legistas com formação em psiquiatria ou peritos criminais da área da psicologia. Ao final, é produzido um laudo com a conclusão do profissional, que ainda não foi finalizado nesse caso.

Terceiro caso envolvendo médicos
Este é o terceiro caso recente de denúncias de mulheres contra médicos por suspeita de abuso sexual durante consultas. Nos dois anteriores, um fator em comum: após a divulgação na imprensa, mais vítimas encorajaram-se a procurar a polícia. 

O primeiro caso envolveu o ginecologista Cairo Barbosa, de Canguçu, no sul do Estado, que virou réu por violação sexual mediante fraude de quatro pacientes. O caso foi divulgado em maio. Em poucos dias, outras 13 mulheres denunciaram que também teriam sido vítimas. 

O outro envolve o cirurgião plástico Klaus Brodbeck, indiciado na última quinta-feira (12) por estupro de vulnerável (uma das vítimas era menor de idade na época dos fatos), violação sexual mediante fraude, assédio sexual, importunação sexual e coação no curso do processo. O caso veio à tona quando havia 12 vítimas, em 13 de julho. Em cerca de 15 dias, porém, mais de cem mulheres procuraram a polícia.

Sobre os três casos, o presidente do Cremers, Carlos Isaia Filho, afirma que vê os casos com "extrema preocupação e profunda tristeza":

— Infelizmente, está acontecendo. Nós, recentemente, já suspendemos o exercício profissional de dois médicos também pelo mesmo tipo de queixa. Não podemos, de forma alguma conviver com esse tipo de denúncia e o código de ética médica é muito claro nesse sentido.

Como denunciar
A Delegacia de Polícia Especializada no Atendimento à Mulher de Cruz Alta pode ser contatada pelos telefone (55) 3322-6160. Denúncias podem ser recebidas pelo WhatsApp da Polícia Civil: (51) 98444-0606. 

Também está disponível o número da Central de Atendimento da Mulher, pelo número 180. 

Postado pór Paulo Marques

Fonte: GZH