Estudo genômico das variantes do coronavírus que circulam no Rio Grande do Sul, publicado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), na sexta-feira (16/4), detectou, pela primeira vez, em Santa Rosa a variante P.1, conhecida como "variante de Manaus”.
Os dados desta edição do Boletim Genômico do vírus Sars-coV-2 da Secretaria Estadual da Saúde foram obtidos na última quarta-feira (14), e consideram amostras coletadas entre 9 de março de 2020 e 19 de março de 2021.
Estudos indicam que essa linhagem provavelmente possua maior transmissibilidade e capacidade de infecção. Atualmente há registro dessa variante em pelo menos 36 cidades gaúchas, com o primeiro caso detectado em Gramado, no mês de janeiro de 2021.
Essa é quinta edição do boletim, de um estudo realizado desde fevereiro, contendo amostras coletadas desde o ano passado. No histórico, já foram detectadas 22 variantes diferentes em circulação no Estado.
- A manutenção da vigilância genômica e a expansão, no futuro, para outras condições virais, é um avanço e permite que a gente entenda o comportamento e a progressão das pandemias, permitindo, cada vez mais, que se possa fazer intervenções e trabalhar preventivamente, tomando cuidados efetivos para evitar mortes - disse a diretora do Cevs, Cynthia Molina Bastos.
Leia aqui o 5º boletim genômico produzido pelo Cevs.
A infectologista Ana Helena Germoglio, explica que o genoma é o material genético do vírus. A especialista ressalta que “o vírus é composto de um material genético, que é o responsável por suas características e sua reprodução. No caso do Sars-coV 2, um RNA. Esse RNA é formado por milhares de aminoácidos em sequência”, diz.
Para a multiplicação do vírus, ele precisa reproduzir esses aminoácidos. Nesse processo de reprodução, pode acontecer de algum aminoácido ser “copiado” de forma errada. “Essa cópia errada é a mutação. Essa mutação pode ser benéfica para o vírus, tornando ele mais infectante, ou pode ser negativa, deixando ele mais vulnerável”, conclui.