Morador de Consolata vai para a UTI com Covid-19 um dia após reclamar de atendimento

Diagnosticado com Covid-19, o ouvinte Vaime Rodrigues relatou nesta terça-feira (02/03), em mensagém de áudio enviada por WhatsApp para o programa Radar 94, apresentado por Paulo Marques e Alexandre de Souza, de forma dramática a situação vivida por ele nos últimos dias, quando procurou atendimento na Unidade Sentinela e no Hospital São Vicente de Paulo.

Com dificuldades para falar em razão da tosse, ele conseguiu contar que estava, pelo menos, há 12 dias com febre e tosse seca persistentes e que já tinha sido atendido na Unidade Sentinela, tendo retornado a unidade de triagem na última sexta-feira, quando teve o nível de oxigênio no sangue medido. Com relação a febre alta e a tosse, o profissional que o atendeu disse que “era assim mesmo” e ele teria de esperar para controlar estes sintomas.

Vaime, que reside no distrito de Consolata, contou no programa que pertence ao grupo de risco por estar em tratamento oncológico. Na segunda-feira, ele disse que a febre voltou a subir muito, tendo até mesmo que fazer compressas e tomar banho para tentar baixar a temperatura do corpo.

Como nada disso adiantou ele resolveu ir a Emergência do Hospital São Vicente de Paulo. Para sua surpresa, o profissional que o atendeu no hospital questionou porque ele não esperava até o outro dia para procurar a Unidade Sentinela. Depois, receitaram mais medicamentos para ele e ele foi para casa.

Ontem (02/03), então, o paciente se deslocou a Unidade Sentinela por volta das 13h. Ao chegar lá, se deparou com uma fila muito grande. Por volta das 14h30min, quando havia ainda uma pessoa na frente dele, uma atendente apareceu para avisar que não havia mais fichas disponíveis para aquele dia. Além disso, ela perguntou porque ele estava na unidade novamente, se já havia sido medicado. Ele contou, então, que ele estava se sentindo mal porque a febre não passava.

Além do fato de ter somente uma médico para atender a grande demanda em razão do novo pico de contaminações do novo coronaívus, Vaime também reclamou que todas as vezes que foi ao Sentinela nunca viu ninguém higienizando o espaço:

- Nunca vi ninguém desinfetando o lugar. Alguém sem Covid-19 que vá lá pode sair contaminado – alertou o paciente.

Nesta quarta-feira, Vaine surpreendeu a equipe da Rádio Colonial ao enviar uma mensagem pelo WhatsApp dizendo que estava sendo internado na UTI Covid do Hospital São Vicente de Paulo com 50% dos pulmões já comprometidos. A saturação de oxigênio do sangue também estava baixa, segundo ele, naquele momento.