O Departamento de Perícias Laboratoriais do IGP realizou mais de 40 mil perícias em drogas em 2020. Mesmo com a pandemia, foram analisadas 40.257 amostras, volume semelhante ao total de análises de 2019, quando o DPL realizou 40.128 perícias desse tipo. Em 20 de fevereiro comemora-se o Dia Nacional de Combate às Drogas e Alcoolismo.
Do total de drogas analisadas, 17.769 foram de cocaína e 19.992 de canabinoides, como maconha e haxixe. A análise das amostras é essencial para subsidiar o inquérito policial.
Os dados mostram aumento de 29,2% (1331 em 2020, frente 1030 em 2019) em uma categoria de perícias que engloba as Novas Substâncias Psicoativas (NSPs). Mesmo na pandemia, o volume de análise das NSPs, cujo uso é bastante estimulado em festas raves e eventos com acúmulo de pessoas, se manteve alto. O uso dessas substâncias (comercializadas na forma de micropontos de papel, na forma de comprimidos, cristais e pó) está relacionado a problemas de saúde, com usuários frequentemente hospitalizados com severos quadros de intoxicação (saiba mais aqui). O acesso a esses dados pode subsidiar políticas de saúde pública.
Utilização dos dados - segundo a chefe da Divisão de Química Forense do DPL, Lara Soccol Gris, os dados coletados são fundamentais para identificar o perfil de consumo dos usuários, o potencial lesivo das drogas comercializadas e até mesmo quais as novas substâncias estão ingressando no Estado. Com isso, os órgãos de Segurança Pública podem traçar estratégias para a repressão ao tráfico na região.
O IGP faz parte do conselho consultivo do Conselho Estadual de Políticas Públicas (Coned), responsável por acompanhar e atualizar a política estadual sobre drogas e executar atividades de prevenção. Cabe ao IGP fornecer os dados das perícias toxicológicas no Estado e participar da formulação das políticas de prevenção junto aos demais órgãos de segurança. No início de 2021, as informações sobre as substâncias identificadas pelo IGP foram requisitadas por órgãos fundamentais no planejamento de estratégias de combate ao tráfico nacional e internacional, como Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça (Senad/MMJ) e a United Nations Office on Drugs and Crime, o escritório da ONU para as drogas. "Saber que uma amostra de NSP foi analisada aqui pode dar pistas sobre a rota dessas drogas no país e ajudar na investigação", exemplifica Lara. São informações que compõem publicações importantes que visam mapear a circulação de drogas no Brasil e no mundo", finaliza.
Prevenção- o governo do Estado segue criando medidas de prevenção. Um dos projetos é o RS Sem Drogas, da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, que visa o levantamento de informações relacionadas ao tema das drogas, além de funcionar como um canal de comunicação e orientação. No site do projeto estão informações sobre os serviços de atendimento, campanhas de esclarecimento e entidades que prestam apoio a usuários (https://sjcdh.rs.gov.br/sem-drogas).
Postado Por Paulo Marques