A Polícia Civil investiga o atropelamento do três-maiense Matheus Kowalski por automóvel na região da orla do Guaíba, em Porto Alegre. O caso, ocorrido na Avenida Edvaldo Pereira Paiva, no domingo (25/10), é tratado como lesão culposa, sem intenção e seguida de ausência de prestação de socorro.
O ciclista e fisioterapeuta da Confederação Brasileira de Atletismo foi atingido por um veículo Fox de cor vermelha. Ele teve lesões em um osso longo chamado úmero — localiza no braço — e passou por cirurgia no Hospital Mãe de Deus, que duas horas e meia, para recuperar os danos causados no braço esquerdo. A equipe médica acredita que a reabilitação leve cerca de seis meses.
De acordo com o site GZH, no amanhecer de domingo, Kowalski saiu para pedalar com outros ciclistas em direção à Zona Sul. O grupo opta por este período para os treinos em razão do pouco movimento no trânsito. Com o fim do circuito, cada um tomou o rumo de volta, desfazendo o grupo.
Às 7h45min, o ciclista retornava sozinho, pela Avenida Edvaldo Pereira Paiva, a Beira-Rio. Vestido com roupa verde limão e capacete laranja, pedalava em uma bicicleta azul, com as luzes de sinalização traseira e dianteira.
— Não tinha como alguém não me enxergar — diz.
O trânsito, em razão do horário, estava tranquilo, com poucos veículos circulando. A maior parte do movimento era dos atletas que buscam a Orla para treinar. Logo após cruzar um semáforo, próximo ao Beira-Rio, em direção ao Centro, Kowalski ouviu uma freada de carro.
Sem tempo de reagir, foi atingido pelo veículo que vinha atrás dele. Atropelado pelo carro – identificado como um Fox vermelho – tentou se equilibrar, mas caiu ao chão. Na queda, viu o veículo seguindo em fuga e ultrapassando outro carro.
— Outro ciclista, que estava atrás de mim, conseguiu desviar. Ele passou por ele, muito rápido. Freou, cantando pneu, atrás de mim. Jogando o carro para cima. Só ouvi o barulho dos freios. E depois o estouro. Não sei se foi proposital, se estava bêbado, ou não me viu e bateu. A indignação é por que não parar? Presta assistência e depois segue a vida. Agora é todo um transtorno, é hospital, é dor. Serão vários meses sem poder trabalhar. Não tem como — afirma.
Segundo o delegado Carlo Butarelli, da Divisão de Delitos de Trânsito do Departamento de Homicídios, foram solicitadas imagens de câmeras do trajeto. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) informou que está prestando apoio à Polícia Civil com o rastreamento das câmeras de monitoramento do cercamento eletrônico da Capital.
As imagens são consideradas essenciais pela polícia para chegar à identificação do veículo e de quem estava conduzindo o carro. Essa pessoa será intimada para prestar depoimento. A polícia também deve ouvir outras pessoas que testemunharam o atropelamento.