Três de Maio tem uma ocorrência de violência contra mulheres por dia

A Delegada que responde pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), em Porto Alegre, Cristiane Pires Ramos atribui à falta de denúncias prévias o alto índice de feminicídios registrado no início deste ano no RS. De acordo com ela, das 10 vítimas de janeiro, apenas uma tinha medida protetiva e oito nunca tinham sequer feito qualquer registro de agressão. 

Conforme a Secretaria de Segurança Pública, o número de feminicídios em janeiro saltou de três para dez na comparação com o mesmo mês do ano passado. 

- Pela nossa experiência o feminicídio é o último fato de uma cadeia de violência -  explicou a delegada, ressaltando a importância de que as vítimas façam as denúncias. 

A delegada também chama a atenção para necessidade de a sociedade e os familiares estarem mais atentos aos sinais de agressão, que iniciam de forma sutil: 

- O agressor começa a trabalhar o isolamento da vítima, nem sempre começa com o tapa ou a lesão corporal - explicou ela, que destacou que denúncias também podem ser feitas por terceiros e de forma anônima.

Em Três de Maio, o número de ocorrências de violência contra a mulher triplicou desde o fim do ano passado até agora. Segundo a secretária municipal de Política da Mulher, a polícia vem recebendo nos últimos meses, em média, uma denúncia por dia. Seis mulheres vítimas de violência tiveram de ser abrigadas no município, além de outras que foram encaminhadas para fora da cidade em razão de segurança. 

Apesar do grande aumento de ocorrências, Márcia salienta que não foi registrado nenhum caso de feminicídio no município neste período graças ao patrulhamento especialmente realizado pela Brigada Militar em frente as residências das vítimas de violência.