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Polícia

Sem saber, morador auxiliou criminosos em fuga após assalto no norte do Estado, segundo BM

Sem saber, morador auxiliou criminosos em fuga após assalto no norte do Estado, segundo BM
Assaltantes explodiram um dos caixas eletrônicos no interior da unidade da BRF no centro de Serafina Corrêa - Divulgação / Brigada Militar
  • 02/10/2019 - 15:13
A Brigada Militar faz buscas há mais de 24 horas a cinco criminosos que atacaram a empresa BRF S/A no centro de Serafina Corrêa, no norte do Estado, na madrugada de terça-feira (1º), para roubar dinheiro dos caixas eletrônicos do Banco do Brasil localizados no interior do estabelecimento. Eles chegaram a explodir um dos equipamentos por volta das 3h. Durante a fuga, parte da quadrilha sofreu um acidente de trânsito e contou com a boa vontade de um morador que, sem saber que os ocupantes do automóvel eram assaltantes, ofereceu seu trator para ajudar a remover o veículo.
Na ação, que durou cerca de três minutos, a quadrilha rendeu dois vigias, em um momento em que havia 700 funcionários trabalhando. O bando tentou ainda explodir outro caixa, sem sucesso. O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) de Porto Alegre foi chamado para detonar com segurança os explosivos que ficaram no local.
Quatro dos assaltantes entraram armados com espingardas calibre 12 e uma pistola na empresa, mas a Brigada Militar (BM) apurou por imagens de câmeras de segurança que haveria um quinto membro do grupo dando apoio com um Fiat Uno de modelo novo e cor escura nas proximidades. Em entrevista ao programa Gaúcha Hoje da rádio Gaúcha Serra nesta quarta-feira (2), o comandante do 3º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (3º BPAT), tenente-coronel Paulo Cesar de Carvalho, explicou que a BM acredita que a função deste quinto integrante era observar a movimentação policial.  
Na fuga, os assaltantes utilizaram também um Renault Sandero vermelho, que foi abandonado logo depois, atravessado na RS-129 entre Serafina Corrêa e Guaporé, junto com pregos retorcidos espalhados na pista para atrapalhar as buscas.
Conforme a Brigada, a menos de cinco quilômetros da empresa assaltada, um Fiat Uno de modelo novo e cor escura, usado pela quadrilha, bateu em um barranco e ficou travado às margens de uma estrada vicinal em Capela Santo Antônio de Lajeado, no interior de Serafina Corrêa, sem conseguir sair do lugar. Segundo o coronel, os ocupantes do veículo buscaram ajuda em uma casa nas proximidades e um morador, sem saber do assalto que havia recém acontecido, auxiliou o grupo de boa vontade com um trator para retirar o veículo.
— Ele só foi avisar a Brigada horas depois, quando ficou sabendo do crime — relata o coronel Carvalho.
A partir disso, a polícia reforçou inicialmente as buscas nesta região, visando um Uno escuro com marca de colisão. O Pelotão de Operações Especiais e o Setor de Inteligência da BM seguem mobilizados. Conforme Carvalho, o morador não forneceu uma descrição precisa dos ocupantes do Uno, apenas que eram quatro homens, o que indica que a quadrilha se dividiu na fuga.
Sobre essa explosão em caixas eletrônicos, se tem mais pistas? A Brigada segue o cerco aos assaltantes hoje?  
Nós tivemos a explosão desse caixa eletrônico. Foi às 3h da madrugada da terça-feira (1º), com quatro homens portando espingardas calibre 12 e uma pistola; porém, verificando as imagens, nós observamos a presença de um quinto homem que estava em um veículo Fiat Uno de cor escura. Depois de os bandidos fugirem pela RS-129 (rodovia que liga os municípios de Serafina Correa e Guaporé), acabaram colidindo o Fiat Uno em um barranco na localidade da Capela Santo Antônio do Lajeado. Em cima dessas questões, nós permanecemos com as buscas na procura desses marginais ao longo da rodovia. 
Existe a possibilidade de os bandidos estarem circulando por esse local? 
A gente tem a impressão de que eles não estão mais no local. Quando eles colidiram o automóvel com um barranco, uma das pessoas moradoras da região acabou socorrendo os delinquentes com um trator. Esse cidadão que prestou socorro, porém, demorou para informar a Brigada Militar. A informação chegou muito tarde para nós. Mas, apesar disso, nós continuamos a operação e tomara Deus que possamos seguir ainda na manhã de hoje (2) com a equipe de inteligência e o Pelotão de Operações Especiais. Estamos passando todos os detalhes para a Polícia Civil.  
O que está sendo empregado nessas buscas? Por exemplo, tem a presença de algum helicóptero? 
São buscas por terra. A gente optou por não utilizar um helicóptero porque não tínhamos informações muito exatas. Optamos, então, por barreiras e com viaturas da Brigada Militar fazendo o deslocado até o local informado por moradores e tentando levantar um possível esconderijo desses bandidos. 
Alguns bandidos foram filmados pelas câmeras de monitoramento da empresa onde estavam os caixas eletrônicos. A Brigada Militar possui alguma característica desses bandidos? 
Ainda não. O que temos são informações de uma pessoa que viu esses bandidos e que estavam em um veículo Fiat Uno de cor escura. É esse veículo que estamos procurando na região. 
O que foi levantado pela Brigada Militar no local do crime e agora segue para a Polícia Civil para demais investigações? Inclusive, foram detonados alguns explosivos deixados pelos bandidos no local dos caixas?   
Sim. Explosivos ficaram no local. E nós realizamos a detonação desses explosivos com a presença do Bope de Porto Alegre, que são os especializados nessas ocorrências. Eles fizeram a explosão desses artefatos que ficaram no local e com segurança foi eliminado esse perigo para a comunidade.  
O senhor sabe a quantia de dinheiro levada pelos bandidos? 
Não. Essa informação nós não temos. 
A empresa onde estavam os caixas bancários já voltou ao trabalho? 
Sim. A empresa já voltou ao seu trabalho normal. Ela fez uma limpeza na estrutura do local onde aconteceu a explosão. A empresa já continua seus trabalhos dentro da normalidade diária.  
Qual a recomendação que o senhor faz para empresas que possuem caixas eletrônicos em seu interior? 
O que a gente observou foi uma condução bem orquestrada pelos marginais no ataque aos caixas. Eles tinham conhecimento de como manipular os explosivos. O que a gente orienta é que as empresas fiquem atentas com as informações internas. O marginal, para fazer uma ação dessas, ele precisa sempre fazer uma observação no local, mapeando rotas de fuga. Os moradores também podem ajudar ficando atentos a possíveis suspeitos e repassar essas informações para a Brigada Militar para que possa fazer uma abordagem e resolver o problema o mais rápido possível.
Postado por Paulo Marques
Fonte: Ga