A família Dockhorn esteve reunida pela 16ª vez, no último fim de semana, na cidade paraguaia de Katueté. A primeira edição internacional do evento, que reúne os descendentes do imigrante Johann Friedrich Dockhorn, foi realizada na cidade de Katueté, Departamento de Canindeyú, Paraguai.
Os organizadores do encontro, Waldomiro, Lúcia e Junior, recepcionaram os convidados no hotel e Restaurante Colonial de Las Palmeras de propriedade da família já na noite de sexta-feira para o tradicional “esquenta”.
No sábado pela manhã, houve uma grande carreata pela avenida central da cidade, com a participação do corpo de bombeiros, autoridades, familiares e convidados. Participaram familiares de vários estados, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Rio de Janeiro, além do Paraguai.
A comitiva de Três de Maio contou com 27 pessoas, entre familiares e convidados.
A confraternização da família foi realizada na Sociedade Clube dos Casados de Katueté com almoço ao meio-dia. Na parte da tarde, ocorreram apresentações artísticas com danças tradicionais do folclore paraguaio e interpretações musicais. No decorrer da tarde, música ao vivo com muita dança e brincadeiras.
Daqui há dois anos o 17º encontro da família Dockhorn será realizado em Venâncio Aires, capital nacional do chimarrão.
Quem foi Johann Friedrich Dockhorn
Johann Friedrich Dockhorn nasceu em 18 de outubro de 1799, em Hettstedt bei Eisleben, na Saxônia, Alemanha. Era filho de Johann August e de Johanna Dockhorn.
Aos 10 anos, Johann vivenciou os horrores da guerra. Em 1815, com 16 anos, estava pronto para defender sua pátria contra Napoleão Bonaparte, mas não foi preciso porque a paz foi firmada e Napoleão, preso e deportado para a longínqua Ilha de Santa Helena, colônia inglesa, no Atlântico Sul. Passaram-se os anos, mas o trauma da crueldade, do barbarismo e da mortandade continuou perturbando o rapaz, provavelmente estimulando-o a emigrar para o Brasil.
Em 1823, Dom Pedro I, imperador do Brasil, mandou um emissário à Alemanha com a missão de recrutar militares para garantir a independência e de atrair colonos profissionais. Em fins de 1824, o jovem alemão resolveu começar uma vida nova no Brasil, como colono, tendo a profissão de curtidor. Veio no transatlântico Karolina, que partiu de Hamburgo.
Depois de semanas de viagem, a leva de imigrantes (considerada a sexta vinda da Alemanha) chegou ao Rio de Janeiro, sendo recebida por Dom Pedro I e pela imperatriz Dona Leopoldina, que, por ser austríaca, serviu de intérprete. Do Rio, seguiram viagem rumo ao Sul, mais precisamente até Porto Alegre e São Leopoldo, aonde chegaram no dia 21 de maio de 1825. Johann Friedrich casou-se no Brasil com Anna Juliana Tatsch em 10 de fevereiro de 1828. Eles tiveram 11 filhos. A história do imigrante e de sua descendência foi registrada em livro por Avelino Dockhorn (in memoriam).