Os resultados do Ensaio de Cultivares em Rede (ECR) de soja safra 2018/2019, elaborado pela Fundação Pró-Sementes em parceria com Sistema Farsul e patrocínio do Senar-RS, foram divulgados nesta terça-feira (15), na sede da federação. O levantamento tem por objetivo testar o desempenho das principais cultivares de soja usadas no Rio Grande do Sul em diferentes localidades para verificar as variedades que apresentam melhor produtividade em cada região.
Entre todos os materiais testados, a campeã foi a cultivar BMX Zeus IPRO, semeada em Santo Augusto no dia 12 de novembro, que produziu 125 sacas por hectare – mais que o dobro da média de produtividade no Rio Grande do Sul.
A apresentação marcou os dez anos ininterruptos da realização da pesquisa em parceria com a Fundação Pró-Sementes.
- Esse estudo tem apoiado os produtores a escolher as sementes que serão usadas e a conhecer caraterísticas de novas cultivares lançadas todo o ano. Nosso projeto é ampliar o processo para descobrir as melhores janelas de plantio para as regiões - afirmou o presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira.
A apresentação contou com a presença do secretário estadual da Agricultura, Covatti Filho, que destacou a importância da iniciativa para tornar a lavoura gaúcha ainda mais competitiva. A soja é a principal cultura em rentabilidade do Rio Grande do Sul. O Estado produz, anualmente, mais de 19 milhões de toneladas da oleaginosa.
O resultado foi apresentado num período em que os produtores estão começando a comprar os seus insumos para a lavoura e tomando a decisão de quais sementes irá plantar. O levantamento testou na última safra 38 cultivares de soja, 11 com tecnologia RR e 27 com Intacta, de oito obtentoras, mais precoces e mais tardias. Os oito locais escolhidos pela unidade de pesquisa da Fundação Pró-Sementes contemplam todas as áreas de produção de soja no estado.
Foram selecionados os municípios de Cachoeira do Sul (várzea a coxilha), Passo Fundo, Santo Augusto, São Luiz Gonzaga, Bagé, São Gabriel, Tupanciretã e Vacaria. As condições climáticas foram favoráveis na maioria das regiões, com exceção de Bagé, que enfrentou seca nos meses de janeiro e fevereiro, e Cachoeira do Sul (várzea), que foi perdido por excesso de umidade.
A coordenadora da unidade de Pesquisa e Desenvolvimento da Pró-Sementes, Kassiana Kehl, resumiu o resultado de todas as regiões e apontou diferença de produtividade de até 24 sacos por hectare dependendo da cultivar e região, o que significa, na prática, um ganho de R$ 1.704,00. Os experimentos são implantados e conduzidos de maneira uniforme em todos os locais, oferecendo ao produtor rural e à assistência técnica informações idôneas das principais cultivares indicadas para cada região.
As cultivares foram agrupadas em dois grupos, de acordo com seus ciclos de maturação. O grupo 1 congregou os materiais precoces, e o segundo grupo avaliou os de ciclo médio a tardio.
O levantamento também concluiu que as variedades precoces são as mais produtivas, especialmente num clima normal. O vice-presidente da Farsul, Elmar Konrad, ponderou a importância de plantar não só as precoces, mas também de ciclo mais tardio para se prevenir em caso de clima desfavorável.
Konrad destacou que, além do estudo facilitar a escolha das melhores cultivares para cada localidade, seu histórico também mostra a evolução do desempenho das lavouras gaúchas, cujas médias de produtividade mais baixas e mais altas estão mais próximas. A redução foi possibilitada pelo uso de novas tecnologias e melhora do manejo.
- O Rio Grande do Sul colhe cerca 54 sacos por hectare de soja, volume semelhante ao de outros Estados e países da América do Sul - afirmou.
Os resultados completos do estudo estão na publicação “Desempenho de Cultivares de Soja Indicadas para o Rio Grande do Sul – Safra 2018/2019”. O coordenador do Senar-RS, Umberto Moraes destacou que o estudo está à disposição de todos os produtores rurais do estado no site www.farsul.org.br e na página da Fundação Pró-Sementes para o ECR: www.fundacaoprosementes.com.br. Interessados também poderão acessar o conteúdo no Sindicato Rural de Três de Maio.