Mesmo com o dólar em alta as vendas da safra da soja seguem em ritmo lento. O presidente da Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul (Aprosoja), Luis Fernando Fucks, calcula que somente 30% da colheita foi comercializada até o momento. De acordo com ele, cooperativas, cerealistas e o próprio Porto de Rio Grande estão com armazéns lotados porque os produtores estão aguardando uma reação do preço.
Na opinião dele, os produtores estão certos ao esperar porque arcaram com um custo médio de R$ 2,6 mil por hectare para a formação das lavouras e agora recebe preços que não cobrem o que foi gasto.
O dirigente adverte, entretanto, que, a cotação do bushel pode continuar em baixa na Bolsa de Chicago e até mesmo cair para menos de 8 dólares.
O economista e analista de mercado Argemiro Brum, alerta que a conjuntura atual é desfavorável em razão da gripe suína africana na China, que reduz a demanda. O prêmio da saca de soja (pago pelas trades no porto) está hoje em 10 centavos de dólar. No segundo semestre de 2018, chegou a ser de 2,60 dólares.
Para piorar o cenário, o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que pode elevar a taxação sobre produtos importados da China provou nova queda na cotação da soja na Bolsa de Chicago, ontem. Foi o sétimo dia consecutivo de baixa, com o bushel fechando a 8,17 dólares, 12 centavos de dólar a menos que na sexta-feira passada.
Se houver um rompimento nas relações comerciais entre China e Estados Unidos, o que se espera é que o país asiático volte a comprar a soja brasileira. No entanto, conforme Argemiro Brum, é difícil afirmar quando haverá melhores preços diante da gripe suína africana, que dizimou o plantel suíno chinês e diminuiu o consumo do grão naquele país.