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EXPRESSO 94

com ELISIANE LUDWIG

Polícia

MP recorre após Justiça negar prisão de dentista por morte de gerente de banco em Anta Gorda

MP recorre após Justiça negar prisão de dentista por morte de gerente de banco em Anta Gorda
Jacir Potrich, 55 anos, sumiu do condomínio onde residia em Anta Gorda, no Vale do Taquari - Reprodução / Arquivo pessoal
  • 13/04/2019 - 08:47
Um dia após a Justiça negar o pedido de prisão preventiva de Carlos Alberto Patussi, 52 anos, o Ministério Público ingressou com recurso para tentar reverter a decisão. O dentista se tornou réu pela morte e ocultação de cadáver do gerente de banco Jacir Potrich, 55 anos, nesta quinta-feira (11). O bancário está desaparecido desde 13 de novembro do condomínio onde residia em Anta Gorda, no Vale do Taquari. 
No recurso, o promotor André Prediger argumenta que o crime causou comoção social em Anta Gorda, município de pouco mais de 7 mil habitantes. 
"Toda a comunidade recebeu com muita indignação e sentimento de injustiça a decisão da magistrada que, mesmo reconhecendo a gravidade do caso e o abalo da ordem pública, negou o pedido de prisão preventiva do réu", afirmou no pedido encaminhado aos desembargadores. 
Para o MP, na noite de 13 de novembro, o dentista se encontrou com o vizinho no quiosque do condomínio. A denúncia aponta que ele teria estrangulado o bancário e depois escondido o corpo — nunca encontrado. O crime, para a Promotoria, foi motivado por uma desavença entre os dois. Eles teriam rompido a amizade após o banco onde Potrich trabalhava ter se mudado de endereço. O prédio antigo, alugado, pertencia a Patussi. 
Em sua decisão na quinta-feira (11), a juíza Jacqueline Bervian aceitou a denúncia do MP, por entender que "existem indícios suficientes de autoria e materialidade recaindo sobre o denunciado", mas negou o pedido de prisão. A magistrada argumentou que o réu possui endereço fixo, emprego lícito e que nenhum elemento novo que indicasse que ele estava interferindo nas investigações foi comunicado à Justiça. A juíza lembrou ainda que o passaporte do dentista foi apreendido. 
"Dessa maneira, embora grave o delito praticado, os requisitos que autorizariam a segregação cautelar não estão revelados no presente momento, não viabilizando o acolhimento da pretensão ministerial", afirmou. Patussi chegou a ser preso de forma temporária no fim de janeiro, mas saiu da prisão oito dias depois, por meio de habeas corpus. A juíza argumentou que naquela data concedeu a prisão por entender que o acusado oferecia risco à investigação, "criando álibis e acompanhando as diligências". 
O que diz a defesa
O dentista nega qualquer envolvimento com o desaparecimento do vizinho. Ele argumenta que não esteve no quiosque e não viu Potrich naquela noite. Para o advogado, Paulo Olímpio Gomes de Souza, não há "prova de autoria e de materialidade". 
— Não há nenhum motivo para que Carlos Patussi seja preso. Tem domicílio certo, profissão certa, entregou seu passaporte ao juízo. Deu todos os domicílios em que ele pode ser encontrado. E ele é o maior interessado em esclarecer os fatos, razão pelo qual, se for mantida essa denúncia, vamos lutar para que isso não aconteça, ele vai estar presente sempre. Não há nenhum risco de que ele pretenda fugir — afirmou.
Postado por Paulo Marques
Fonte: Ga